Em uma ação conjunta entre as polícias civis do Rio de Janeiro e do Amazonas, a operação “Rota do Rio” revelou um esquema milionário de tráfico de drogas orquestrado pelo Comando Vermelho. A complexa rota da droga se inicia na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru, em Tabatinga, e passa por diversos estados brasileiros antes de chegar ao Rio de Janeiro.
Há indícios de que o Rio Solimões seja utilizado para o transporte dos entorpecentes, partindo de Tabatinga e passando por municípios amazonenses como Fonte Boa e Manaus. Nesta última, a droga segue para o Rio de Janeiro, fazendo escala no Centro-Oeste e Minas Gerais. As investigações também apuram a utilização de empresas de fachada em Manaus para lavagem de dinheiro do tráfico.
Um dos pontos centrais da investigação é o frigorífico Pescador, localizado em Fonte Boa e de propriedade do ex-prefeito de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva. Suspeito de usar o estabelecimento para lavar dinheiro do tráfico, Raimundo já havia sido acusado de compra de votos e abuso de poder econômico. Antes da operação policial, ele fugiu para Brasília.
Outro personagem-chave na organização é Cleiton Souza da Silva, um dos principais operadores do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele era responsável por abastecer comunidades e áreas nobres da cidade, como Barra da Tijuca e Copacabana, com cocaína e skunk. O dinheiro da venda era enviado de volta à tríplice fronteira através de diversas contas bancárias.
O esquema também contava com o financiamento gerado por roubo e clonagem de veículos. Um dos responsáveis por esses crimes, Juan Roberto Figueira da Silva, o “Cocão”, foi preso na última terça-feira no Morro dos Prazeres. As investigações revelaram que a quadrilha movimentou cerca de R$ 27 milhões em dois anos, utilizando laranjas e empresas para lavar dinheiro.
Na última semana, a operação “Rota do Rio” cumpriu 113 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas e Pará.
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