Médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde no Amazonas foram à rua em protesto, na noite deste domingo (3), para cobrar pagamentos atrasados a empresas de Especialidades Médicas prestadoras de serviços à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A categoria se reuniu em frente ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, na Avenida Recife, na Zona Centro-Sul de Manaus.
Cerca de 100 profissionais da saúde ocuparam a avenida durante manifestação. Com cartazes e um carro de som, representantes da classe falaram sobre dificuldades de realizar atendimento à população por falta de pagamentos e de medicações, além das condições ruins de trabalho.
Policiais militares e agentes do Manaustrans estiveram no local acompanhando a movimentação.
“Faltam insumos, medicamentos, fio cirúrgico, anestésicos, leitos. Há superlotação nas maternidades. As unidades neo-natal não têm vaga para bebês prematuros. Além do atraso no pagamento do salário. Todas as categorias terceirizadas da saúde estão com o salário atrasado, de todas as unidades SPAs, hospitais e Pronto-Socorros”, articulou o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Viana.
O representante contou que nesta segunda-feira (4), os profissionais irão pedir para que representantes do Ministério Público Federal (MPF) façam uma intervenção na situação atual da saúde no Amazonas.
A carência de leitos e medicamentos nos hospitais da cidade foi apontado pelo médico Djalma Pinheiro. À Rede Amazônica, pacientes e familiares relataram, neste sábado (2), falta de médicos e demora para realização de exames.
“Há uma carência gigantesca de leitos no Estado. Muitos pacientes deixam de ser medicados com antibióticos por falta dos mesmo. Falta de medicamentos de quimioterapia. O S.U.S. tem que funcionar bem e, para isso, não precisa só de médico, enfermeiro ou maqueiro. Precisamos, sim, de insumos, materiais, órteses e próteses para as cirurgias. Queremos melhorar as condições de trabalho dos profissionais da saúde e pagamento do trabalho”, disse o médico Djalma Pinheiro.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) reiterou que “está cumprindo com o que acordou em reunião com as empresas médicas, no último dia 24 de janeiro, de executar o pagamento de parte da competência referente ao mês de dezembro”. Segundo a pasta, os pagamentos continuarão sendo liquidados conforme forem se tornando aptos.
Sobre a manifestação no 28 de Agosto, a secretaria afirma que a direção das unidades de saúde manteve rotina normal de atendimento a pacientes em prontos-socorros e a rede de urgência e emergência.