A Terra bateu em março, pelo décimo mês consecutivo, novo recorde mensal de calor, anunciou nesta terça-feira (9) o programa europeu de observação da Terra Copernicus.
As temperaturas do ar e dos oceanos atingiram também nível máximo histórico neste mês, de acordo com a agência. Março teve média de 14,14º Celsius (C), ultrapassando o recorde anterior, de 2016, em um décimo de grau.
Foi, além disso, 1,68ºC mais quente do que no final do século 19, a base utilizada para as temperaturas antes de a queima de combustíveis fósseis ter começado a crescer rapidamente.
Desde junho passado, o planeta tem batido recordes de calor todos os meses, contribuindo para isso ondas marítimas em vastas áreas oceânicas.
Cientistas afirmam que o calor recorde notificado no período não foi uma surpresa devido ao forte El Nino, condição climática que aquece a zona central do Pacífico e altera os padrões climáticos globais.
“Mas a combinação do fenômeno com as ondas de calor marítimas não naturais fez com que esses recordes fossem de cortar a respiração”, disse a cientista do Centro de Investigação Climática Woodwell, Jennifer Francis.
Com a desaceleração do El Nino, as margens pelas quais as temperaturas médias globais são ultrapassadas todos os meses deverão diminuir, acrescentou Jennifer.
Os cientistas do clima atribuíram a maior parte dos recordes de calor às alterações climáticas provocadas pelo homem, devido às emissões de dióxido de carbono e metano produzidas pela queima de carvão, petróleo e gás natural.
“A trajetória não vai mudar enquanto as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera não pararem de aumentar”, observou Francis.
Sob o Acordo de Paris, de 2015, o mundo estabeleceu o objetivo de manter o aquecimento em um nível igual ou inferior a 1,5ºC desde os tempos pré-industriais.
Os dados de temperatura do Copernicus são mensais e utilizam sistema de medição ligeiramente diferente do limiar de Paris, cuja média é calculada ao longo de duas ou três décadas.
A diretora adjunta do Copernicus, Samantha Burgess, afirmou que o recorde de temperatura de março não foi tão excepcional como de outros meses do ano passado, que bateram recordes com margens mais amplas.
“Tivemos meses recordes que foram ainda mais incomuns”, disse Burgess, lembrando fevereiro e setembro do ano passado. Mas a “trajetória não está na direção certa”, acrescentou.
O mundo já registrou 12 meses com temperaturas médias mensais 1,58ºC acima do índice de Paris, de acordo com os dados do Copernicus.
Em março, a temperatura média global da superfície do mar foi de 21,07ºC, o índice mensal mais elevado de que há registro e ligeiramente superior ao de fevereiro.
Agência Brasil
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