A defesa do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e críticas ao Congresso Nacional predominaram neste domingo, 30, na manifestação a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira. Aparentemente, o número de participantes no ato foi inferior ao do anterior, realizado em 26 de maio. A Polícia Militar do Estado não divulga estimativa de participantes em manifestações públicas na cidade.
A advogada Kátia Borba disse ter ido à praça para defender a Operação Lava Jato, o pacote anticrime e, sobretudo, o juiz Moro. “O ministro é patrimônio nacional. O Bolsonaro já falou. O que fez pelo Brasil não tem preço”.
O técnico em informática Bruno Duarte, de 56 anos, afirmou que o momento é de deixar recado para o Congresso Nacional. “O (Rodrigo) Maia e o (Davi) Alcolumbre (presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente) estão travando o País”, destacou, em avaliação sobre o andamento de projetos de lei de interesse do governo no Congresso.
Diante do cenário que traçou, o técnico afirmou ter tomado a decisão de não votar em nenhum candidato do DEM nas eleições municipais do ano que vem. “Ninguém vai dar voto para esse partido”, disse. A manifestação na Praça da Liberdade começou por volta das 9h30 e durou aproximadamente 4 horas.
Três caminhões de som foram colocados em pontos da praça. Havia ainda um pequeno palco na parte central também para discursos, feitos pelos organizadores e manifestantes.
As manifestações deste domingo são organizadas pelos Movimentos Vem pra Rua, Brasil Livre e Nas Ruas. Organizadores preveem concentrações em 203 cidades do Brasil. Em São Paulo, a manifestação está marcada para as 14h e deve ocorrer na Avenida Paulista.Mais cedo, cidades como Belém do Pará e Brasília, além de Campinas e Ribeirão Preto, também tiveram atos.
Brasília
Em Brasília, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-SP), participaram dos atos.
O ministro afirmou que os “esquedopatas e derrotistas” erraram sobre a provisão do encontro do G-20 e que o presidente Jair Bolsonaro saiu “homenageado” do Japão, onde ocorreu o encontro da cúpula.
É a primeira vez que um membro do primeiro escalão do governo participa diretamente de atos pró-governo desde que Bolsonaro assumiu a Presidência.
Os atos em Brasília terminaram por volta das 13h. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.
Rio
Apoiadores do governo Bolsonaro ocupam desde um pouco antes das 10h cerca de seis quadras da Avenida Atlântica, em Copacabana, em ato de apoio ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. A manifestação tem oito carros de som, dois guindastes com grandes bandeiras do Brasil e palavras de ordem contra o STF, o Congresso e o PT.
Patrocinado pelos mesmos movimentos que estavam ao lado de Bolsonaro na campanha eleitoral – MBL, Vem pra rua e Endireita Brasil -, o manifesto nascido pra apoiar o ministro da Justiça, Sergio Moro, acusado pelo site The Intercept Brasil de abuso de poder na Operação Lava Jato, tem como uma das trilhas sonoras o MC Reaça, que se suicidou após espancar a amante, revezando espaço com o Hino Nacional e as palavras de ordem como “O STF é uma vergonha” , “Rodrigo Maia se acha 1º ministro”, “Fora PT e a velha política”.
A presença de carros de som e de integrantes do movimento MBL na manifestação de apoio ao ministro da Justiça está sendo criticada por boa parte dos apoiadores do ex-juiz e causou no início da tarde um pequeno tumulto que precisou da intervenção da polícia.
Pará
Em Belém do Pará, os manifestantes pró-Moro se concentram na avenida Nazaré, área central da capital paraense, desde as 8 horas. O protesto foi organizado pelos movimentos Direita Jovem Pará, Endireita Pará e Vem pra Rua.
Os organizadores esperam reunir 10 mil pessoas, mas ainda não há dados oficiais sobre o público presente até o momento. A intenção é caminhar até a avenida Doca de Souza Franco, área nobre da cidade.