Manaus lidera a lista das capitais brasileiras com maior taxa de desocupação (16,9%), colocando o Amazonas como décimo colocado no ranking do desemprego no país. Em contrapartida, no último trimestre de 2019, o estado teve redução de 12,9% na taxa de desemprego, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O supervisor de disseminação de informações do IBGE, Adjalma Jaques disse que houve queda na indústria e aumento de contratações no comércio, além de destaque para o setor de agricultura.
“A agricultura apresentou aumento no número de pessoas ocupadas, devido à sazonalidade das águas, pois o último trimestre representa o momento propício para a agricultura. Então, o número de pessoas trabalhando na agricultura aumenta, e consequentemente a taxa também aumenta. Por outro lado, a remuneração para as pessoas que trabalham na agricultura é baixa. Já a taxa de ocupação na indústria caiu; ela desempregou muito no quarto trimestre, contribuindo para o aumento da taxa de desocupação. O comércio empregou mais, e isso é um reflexo dos bons resultados que tivemos também nas vendas, no último trimestre de 2019”, explicou.
Após passar por um período de três meses desempregado técnico Adilson Franco conseguiu recolocação no mercado, deixando de fazer parte da estatística de 12,6 milhões de desempregados em todo o país. Segundo ele, que poder quitar as dívidas graças ao novo emprego é um alívio.
“Estou trabalhando na área técnica de telecomunicações. Uma das melhores sensações, pois primeiro se sentir útil é uma das melhores sensações na minha opinião, e segundo as dívidas não ficam desempregadas e continuam a vir. Além disso, a sensação de estar em dias com as dívidas me traz mais paz. E um dia após o outro desempregado traz desespero, e trabalhando há motivação. A sensação da determinação. Não tem preço. Por isso temos que correr sempre atrás e valorizar, não tem sensação melhor a de se sentir vitorioso”, contou.
“Dependência econômica”
Diversificar a matriz econômica tem sido um desafio constante para a indústria, especialistas do setor e diversos segmentos na Região. Para o economista Willander Buraslan, isso reflete diretamente no índices de desemprego, levando a população a buscar outros meios de complementar a renda.
“A dependência de uma matriz industrial faz com o índice de pessoas ocupadas no Amazonas seja basicamente dependente dela, fazendo com que Manaus esteja na primeira posição quando falamos da taxa de desocupação do país.
O especialista aponta outro quesito relevante que explique as taxas. “O alto índice de informalidade, sendo elevada principalmente pela difícil inserção no mercado de trabalho no estado e a grande procura por trabalhos com aplicativos, sejam de carona ou entrega. Com a redução da taxa de desemprego e apesar do aumento da taxa de informalidade, as pessoas continuam buscando por rendas alternativas e complementares para manter seus hábitos de consumo”, disse.
*G1