Manaus amanheceu, nesta segunda-feira (12), pelo terceiro dia consecutivo, coberta por uma densa camada de fumaça, gerando preocupação entre os moradores e autoridades locais. A qualidade do ar foi classificada como “muito ruim” pelo Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), impactando negativamente a saúde da população. No entanto, dados do programa “Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que, curiosamente, a capital amazonense não registrou nenhum foco de incêndio entre os dias 9 e 11 de agosto.
A explicação para o fenômeno, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), está nas queimadas intensas que ocorrem no sul do Amazonas e em estados vizinhos. A Defesa Civil do Estado informou que uma frente fria chegou ao sul do Amazonas e alterou a rota dos ventos, direcionando a fumaça das queimadas para a região metropolitana de Manaus. Esse deslocamento de poluentes atmosféricos, comuns nesta época do ano, é resultado das mudanças climáticas que afetam a Amazônia.
A neblina espessa começou a ser percebida no último sábado (10), afetando principalmente os bairros das Zonas Sul e Oeste de Manaus. No domingo (11), a fumaça voltou a cobrir a cidade, com o bairro Vila Buriti, na Zona Sul, sendo particularmente atingido no início da tarde. A visibilidade ficou prejudicada, e o cheiro de queimado se tornou predominante, fazendo com que muitos moradores se queixassem de problemas respiratórios.
O problema, no entanto, não se limita à capital. Outros municípios do Amazonas, especialmente Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã, localizados no sul do estado, na região conhecida como “arco do fogo”, também sofrem com a baixa qualidade do ar devido às queimadas. Em julho, os moradores dessas áreas já enfrentavam dificuldades respiratórias por conta da fumaça, que se intensifica com a seca e as atividades de desmatamento.
As autoridades de saúde e meio ambiente estão em alerta, monitorando a situação e recomendando à população que evite atividades ao ar livre, principalmente os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. A expectativa é que a fumaça permaneça sobre Manaus enquanto as condições climáticas e os focos de queimadas no sul do estado não mudarem, o que reforça a necessidade de políticas mais rigorosas para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
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