No primeiro discurso após a reeleição, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a elogiar o sistema eleitoral do país, que classificou como de “altíssimo nível de confiança, segurança e transparência”. A fala aconteceu em um comício para apoiadores, realizado nas primeiras horas desta segunda-feira (29/7) em Caracas.
“Fazemos dezesseis auditorias [nas urnas]”, disse Maduro. “Me digam em qual país se faz uma auditoria ao sistema eleitoral?”, questionou o presidente reeleito para uma multidão que acompanhava seu discurso no Palácio de Miraflores, a sede do governo venezuelano.
O líder chavista, voltou a cobrar que a comunidade internacional não interfira nos assuntos internos da Venezuela.
“É só o que eu peço como presidente da República Bolivariana da Venezuela: respeito a Constituição, aos poderes públicos e a vida soberana da Venezuela”,
Sem provas, Maduro colocou a culpa no atraso na divulgação dos resultados do pleito em um “ataque massivo” contra o sistema de transmissão do CNE, que teria sido feito por hackers do exterior.
“Já sabemos de que país veio”, disse Maduro, que prometeu investigar o caso e “fazer justiça” para o povo venezuelano.
Oposição contesta resultado
O grupo de oposição questionou o resultado da eleição. Em discurso após anúncio, María Machado anunciou que Edmundo González havia ganhado a eleição e era o novo presidente eleito. Ela assegurou que a oposição teve 70% dos votos continou, também sem mostrar provas.
Machado pediu para os venezuelanos continuarem exigindo as atas impressas das zonas eleitorais durante a segunda-feira. “Queremos uma Venezuela livre, nossa luta continua”, disse.
Histórico
Herdeiro político de Hugo Chávez, Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo em eleição disputada contra Edmundo González, que surgia como franco favorito ao pleito segundo pesquisas de intenção de voto, divulgadas por institutos sem ligação com o governo pouco antes da votação.
Apesar do cenário, a vitória de Maduro foi anunciada nas primeiras horas desta segunda, quando o órgão eleitoral responsável pela divulgação do resultado das eleições já havia apurado 80% das urnas no país e não existia mais a possibilidade de o resultado ser revertido.
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