O ditador Nicolás Maduro realizou uma marcha militar em Caracas, na manhã desta quinta-feira (2), para reafirmar o apoio das tropas ao seu governo.
A marcha foi transmitida por cadeia de rádio e TV e também por redes sociais. As imagens mostram milhares de soldados no forte Tiuna, base militar em Caracas. Havia cerca de 4.000 militares no ato, segundo o site Notícias Venezuela.
Por volta de 6h (7h em Brasília), Maduro transmitiu um discurso. Vestido com boné e colete verde-oliva, ele estava ao lado de Vladimir Padrino, ministro da Defesa, Remigio Ceballos, comandante estratégico operacional, e de outros oficiais.
“Precisamos avivar para o fogo sagrado dos valores dos militares venezuelanos para o combate que estamos dando contra o imperialismo, contra os traidores e golpistas. Estamos dando um combate em todas as frentes, em todas as linhas, pelo direito de existir de nossa república”, disse Maduro.
“Sim, estamos em combate. Máxima moral para desarmar a qualquer traidor e golpista. Querem colocar um presidente com metralhadoras e fuzis e violar a Constituição”, prosseguiu.
Por volta das 7h (8h em Brasília), o perfil de Maduro fez outra transmissão ao vivo, na qual mostra o ditador caminhando à frente de centenas de soldados e comandantes. Em seguida, ele faz outro discurso para os soldados, desta vez ao ar livre.
A marcha de Maduro é realizada dois dias após o início de uma série de ações da oposição para tentar retirá-lo do poder.
Na quarta-feira (1º), o líder opositor Juan Guaidó prometeu realizar ações diárias até a queda de Maduro, incluindo uma greve escalonada dos trabalhadores da Venezuela. “Amanhã [quinta], vamos seguir a proposta que nos fizeram de paralisações escalonadas, até conseguir uma greve geral”, disse.
“Agora vamos todos falar com os militares. Vamos todos somar com a causa, assim como os funcionários públicos. A partir de amanhã [quinta], com a faixa azul, que representa dizer a eles que já basta”, disse Guaidó, em referência ao pedaço de pano azul amarrado nos braços que está sendo usado por soldados para identificar sua lealdade à oposição.
Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela em janeiro, sob interpretação da Constituição de que Nicolás Maduro não é um presidente legítimo porque houve fraude nas eleições de 2018.
Os protestos de quarta-feira tiveram forte repressão por parte do governo. Até agora, os confrontos deixaram ao menos dois mortos.
Jurubithm Garcia, 27, morreu nesta quarta-feira após ser atingida na cabeça por uma bala durante os protestos em Caracas, na Venezuela. Ela foi socorrida e levada para a clínica El Ávila, mas morreu na sala de operações.
Samuel Méndez, 24, morreu na terça (30/4) após participar de protestos no estado de Aragua.
*Folhapress