O ditador Nicolás Maduro afirmou que vai fechar totalmente a fronteira com o Brasil a partir das 20h desta quinta-feira (21). O anúncio foi feito durante uma videoconferência com representantes de forças militares das oito regiões venezuelanas.
Em uma operação coordenada com os EUA, o governo Jair Bolsonaro vai permitir o uso de território brasileiro para que opositores do ditador Nicolás Maduro tentem levar ajuda humanitária à Venezuela em 23 de fevereiro.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro determinou que o Brasil dê apoio logístico para que caminhões conduzidos por venezuelanos da oposição busquem mantimentos em Pacaraima e Boa Vista, em Roraima.
Maduro também avalia o fechamento total da fronteira com a Colômbia. O anúncio vem dois dias antes da data marcada por opositores para a entrada da ajuda humanitária enviada pelos EUA.
O principal local de envio de ajuda é a cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela. Os produtos foram enviados à cidade por aviões dos EUA.
Reconhecido como presidente interino por 50 países, o líder oposicionista Juan Guaidó viaja nesta quinta para Cúcuta para pedir a entrada na Venezuela de ajuda humanitária enviada pelos norte-americanos.
O ditador venezuelano realiza no início da tarde desta quinta uma videoconferência com a Equipe Nacional das Forças Armadas (FAN) e os Comandantes do REDI para verificar a prontidão operacional de todas as unidades militares do país.
Maduro também culpou o presidente colombiano, Iván Duque, por qualquer incidente de violência que possa ocorrer na fronteira venezuelana.
A Venezuela vive a pior crise política e econômica de sua história, com grave escassez de remédios e hiperinflação. Segundo a ONU, desde 2015, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país.
Guaidó prepara manifestações em todo o país no sábado (23). Voluntários prometem ir em comboios até a fronteira, em busca de toneladas de medicamentos vindos da Colômbia, Brasil e Curaçao.
Maduro também reafirmou a decisão de suspender o tráfico aéreo e marítimo com Curaçao, onde está armazenada ajuda enviada a partir de Miami. Segundo ele, a medida foi tomada porque Curaçao “estava preparando uma provocação” com a anuência do governo da Holanda.
“Mais vale prevenir que lamentar. Tomem todas as medidas de asseguramento e proteção até um novo aviso, porque as provocações têm de ser trabalhadas com tempo para que sejam desmontadas”, disse Maduro aos militares.