O ex-presidente Lula admitiu nesta quarta-feira (17), em entrevista para a CNN norte-americana, a possibilidade de concorrer à Presidência do Brasil caso o Partido dos Trabalhadores (PT) e os seus aliados concordem.
“Essa não é a minha maior prioridade. A minha maior prioridade agora é salvar este país”, acrescentou o ex-mandatário.
Na semana passada, na sua primeira declaração pública após as condenações na Lava Jato terem sido anuladas, Lula recusou confirmar se será novamente candidato nas eleições presidenciais de 2022.
“Seria pequeno se estivesse pensando em 2022 neste instante. Agora o PT tem que colocar as suas lideranças para andar pelo país, como Gleisi [Hoffmann, presidente nacional do PT] e Haddad [Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato presidencial em 2018] estão fazendo. Tem momento para tudo, não podemos ficar a responder se vamos ter candidato agora ou não”, disse Lula, na ocasião, em São Paulo.
“Em 2022, o partido vai pensar no momento das convenções e discutir se vai ter candidato, ou se vai apostar numa frente ampla”, acrescentou o ex-mandatário, não descartando uma aliança com partidos de centro.
O juiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, anulou na semana passada todas as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná, relacionadas com as investigações da operação anticorrupção Lava Jato.
Isto não quer dizer que o ex-chefe de Estado tenha sido inocentado já que os processos serão remetidos para a justiça do Distrito Federal, que vai reavaliar os casos e pode receber novamente as denúncias e reiniciar os processos anulados.
Com a decisão, porém, Lula voltou a ser elegível e recuperou seus direitos políticos.
Lula, de 75 anos e que governou o Brasil entre 2003 e 2010, chegou a cumprir 580 dias de prisão, entre abril de 2018 e novembro de 2019 e, desde então, o ex-presidente recorria da sua sentença em liberdade condicional.