Na última segunda-feira (22), a Justiça do Amazonas ouviu o último denunciado no caso de Deusiane, a soldado morta a tiros no Pelotão Ambiental em Manaus, em 1º de abril de 2015. Cinco policiais militares foram denunciados no processo.
Os policiais envolvidos sustentam a versão de que Deusiane teria se suicidado. No entanto, a assistente de acusação contesta essa narrativa, alegando a existência de provas forjadas no caso.
O relacionamento conturbado entre Deusiane e um dos policiais militares, apontado como o principal suspeito no crime, é uma linha de investigação. A mãe da vítima, Antônia Assunção, discorda veementemente da defesa dos agentes. Ela acredita que sua filha foi vítima de um plano elaborado pelos policiais, talvez devido a desacordos políticos.
Antônia Assunção recentemente prestou depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pedindo que o caso seja transferido para a esfera federal, visto que ela sente que não há perspectiva de resolução na justiça estadual.
“Aqui, a justiça nunca chegou. Estou há nove anos dentro de casa, porque posso ser fuzilada. Minha família pode ser fuzilada. Peço que a senhora presidente da comissão olhe com carinho e me ajude nesta situação. Me ajude a conseguir essa audiência com o ministro”, relatou emocionada a mãe de Deusiane.
Além disso, Antônia Assunção solicitou apoio da comissão para uma audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
O Tribunal de Justiça do Amazonas informou que após a conclusão da audiência de instrução, o processo entrará na fase de diligências adicionais, com a apresentação das alegações escritas, seguida pelo julgamento, cuja data ainda não foi definida.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a relação entre um dos PMs e a vítima era tumultuada, especialmente após o policial reatar seu relacionamento com uma ex-companheira, ao mesmo tempo que mantinha uma relação com Deusiane.
No dia do crime, o PM apontado como o autor e Deusiane estavam no piso superior da base “Peixe-Boi”. Outros quatro policiais estavam no piso inferior da embarcação e alegam ter ouvido barulhos seguidos de um disparo de arma de fogo. Ao subirem as escadas, encontraram o denunciado e a vítima Deusiane ferida no chão.
A versão de suicídio apresentada pelo denunciado foi apoiada pelos depoimentos dos outros policiais, que afirmaram ter encontrado Deusiane deitada no chão com a arma ao seu lado.
Entretanto, o laudo de exame em armas e munições apontou que o armamento que vitimou Deusiane teve o ferrolho alterado, segundo a denúncia do promotor Edinaldo Aquino Medeiros.
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