Preso há seis meses, o tenente Joselito Pessoa Anselmo, da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) – acusado de matar dois colegas de farda e ferir outras duas pessoas em Manaus – teve a prisão preventiva revogada nesta segunda-feira (8). O policial será submetido a júri popular, porém deve aguardar o procedimento em liberdade. A decisão foi do titular da 3ª Vara do Tribunal de Júri da Comarca de Manaus, juiz Mauro Antony.
O juiz avaliou que há indícios suficientes de autoria de homicídio (consumado) e de tentativa de homicídio. O magistrado considerou que Joselito Pessoa é acusado primário e colaborou com a instrução processual, estando, portanto, ausentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Como medida cautelar, na sentença de pronúncia, o juiz também determinou que o acusado seja afastado da função pública de policiamento ostensivo.

O caso
O tenente Joselito é acusado de matar a tiros o cabo Grasiano Monteiro Negreiros e o sargento Edzandro Santos Louzada. Na ocasião, também foram baleados um major de 40 anos e um borracheiro de 25 anos.
O duplo homicídio e as tentativas de homicídios ocorreram na madrugada do dia 5 de janeiro deste ano, na rua Monte Horebe, no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte de Manaus. Os cinco homens, que estavam em uma viatura descaracterizada da PM-AM, haviam saído de uma casa de forró, localizada na avenida do Turismo, bairro Tarumã, Zona Oeste.
Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, o acusado, sem motivo aparente, sacou uma arma de fogo dentro do carro e passou a efetuar disparos contra os ocupantes do veículo.
Versão do tenente
Em depoimento, Joselito disse que um veículo Honda Civic, de cor prata, com quatro suspeitos, teria passado pelo local e efetuado os disparos. Entretanto, a polícia descartou a versão dele.
A perícia criminal do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) confirmou que os tiros foram efetuados dentro da viatura.
Bebidas no carro
No veículo, onde estavam as vítimas, a polícia encontrou várias garrafas de bebidas alcoólicas, armas e coletes balísticos, além de outros objetos.
Batalhão
O tenente estava preso no Batalhão de Choque da PM-AM. Após a decisão da Justiça, ele deve aguardar o julgamento, que ainda não tem uma data definida, em liberdade.