O Tribunal Superior da Catalunha absolveu o ex-jogador brasileiro Daniel Alves da acusação de estupro que o mantinha preso desde janeiro de 2023. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (28), anula a sentença anterior que havia condenado o atleta a 4 anos e 6 meses de prisão pelo suposto crime ocorrido em uma boate de Barcelona em dezembro de 2022.
O colegiado de juízes considerou que a sentença condenatória apresentou “lacunas, imprecisões e inconsistências” na análise das provas. O tribunal destacou que a absolvição não significa que a versão de Alves tenha sido considerada verdadeira, mas sim que as contradições nos depoimentos e a falta de confiabilidade no relato da vítima impediram que a acusação comprovasse o crime além de qualquer dúvida razoável.
O caso remonta a uma noite na boate Sutton, quando uma jovem espanhola acusou o jogador de tê-la estuprado no banheiro do local. Exames periciais confirmaram relação sexual entre os dois, mas Alves sempre manteve que o ato foi consensual. A defesa conseguiu demonstrar inconsistências na versão da acusação, incluindo a falta de confrontação do depoimento com imagens de segurança que poderiam esclarecer os fatos.
Com a decisão, são revogadas todas as medidas cautelares contra o ex-atleta, que já havia cumprido mais de um ano de prisão preventiva antes de pagar fiança de 1 milhão de euros em março passado. O tribunal também determinou que Alves não terá que indenizar a suposta vítima, mas deverá arcar com as custas processuais.
A Promotoria de Barcelona, que pedia o aumento da pena para 9 anos, teve seu recurso negado. Os advogados da jovem, que inicialmente buscavam 12 anos de prisão, expressaram decepção com a decisão e estudam novos recursos.
Esta é a última etapa do processo na Justiça espanhola, encerrando um caso que durou anos e teve ampla repercussão internacional. A absolvição permite que Daniel Alves, de 40 anos, retome sua vida sem restrições legais na Espanha, embora o episódio tenha marcado profundamente sua carreira e imagem pública.
O ex-lateral, que atuou por Barcelona, Paris Saint-Germain e Juventus, entre outros grandes clubes, estava sem time desde sua prisão. Agora, com o desfecho jurídico, surge a questão sobre um possível retorno aos gramados, embora especialistas considerem improvável que clubes de alto nível contratem o atleta após o longo período sem jogar e os danos à sua reputação.
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