Próximo de encerrar a programação do Julho Amarelo 2021, campanha referente ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, 28 de julho, a Prefeitura de Manaus reforça o alerta para a importância das ações de prevenção e diagnóstico precoce. Durante todo este mês, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foram realizadas atividades de educação em saúde com intensificação da oferta de testes rápidos para o diagnóstico das hepatites B e C, disponíveis em 143 unidades de saúde da rede municipal, assim como a imunização contra hepatites A e B e disponibilidade de preservativos masculinos em todas as unidades de saúde.
“Os preservativos são dispensados nas unidades de saúde sem necessidade de cadastro, com retirada imediata e de forma gratuita para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Os testes rápidos oferecem o diagnóstico da infecção em 30 minutos, com pré e pós-aconselhamento. A Semsa ainda disponibiliza a vacina contra a hepatite A para crianças de até cinco anos e a vacina contra a hepatite B, que é direcionada também para crianças e adultos”, destacou a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe.
A hepatite é a inflamação do fígado, geralmente causada por vírus ou uso de medicamentos. No Brasil, os tipos mais comuns são causados pelos vírus A (transmissão por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável e mediante alimentos ou água contaminada), e os vírus B e C, que sem diagnóstico precoce e sem tratamento podem evoluir para a forma crônica e levar o paciente a desenvolver cirrose ou câncer no fígado.
A infecção muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode ter manifestações como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Segundo a chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids e Hepatites Virais da Semsa, enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus, os tipos de hepatite B e C são as formas mais graves e que, além de ter transmissão por relação sexual desprotegida, podem ocorrer por qualquer via de contato com sangue, tais como o compartilhamento de seringas e agulhas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes.
“Como a doença nem sempre apresenta sintomas, é muito importante que as pessoas façam o teste rápido para o diagnóstico precoce, procurem a vacina, utilizem o preservativo nas relações sexuais e utilizem materiais esterilizados. Com a pandemia da Covid-19, todas as unidades de saúde estão tomando as medidas necessárias para manter o distanciamento social, mas continuam recebendo a população para a prevenção e controle da doença”, afirmou Rita de Cássia.
Casos
Dados coletados por meio do Sistema de Notificação de Agravos (Sinan), apontam que, no ano de 2020, Manaus registrou 327 novos casos de hepatites virais, sendo prevalentes os tipos B, com 191 casos, e o tipo C, com 122 casos confirmados.
Em 2021, foram diagnosticados 58 casos de hepatites, sendo 33 de hepatite B e 22 casos de hepatite C (dados extraídos do Sinan em 29 de junho deste ano).
“A série histórica na notificação de casos novos, de 2018 a 2020, já apontava uma tendência de queda dos números nos últimos quatro anos. Mas é necessário ter atenção para os números de 2020 e 2021, considerando o cenário da pandemia da Covid-19, em que as pessoas evitaram aglomerações e reduziram a procura nos serviços de saúde. Então, a redução do número de casos pode significar que não houve o diagnóstico, ou seja, pessoas têm a doença, mas não sabem e não estão em tratamento. Com as ações do Julho Amarelo, a Semsa intensificou o trabalho de diagnóstico, procurando identificar esses pacientes para reduzir o risco de transmissão e o agravamento da doença”, destacou Rita de Cássia.
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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Foto – Altemar Alcântara/Arquivo Semcom