Em um desdobramento surpreendente do caso que chocou Manaus, a Polícia Civil revelou, durante coletiva nesta quinta-feira (13), que o jovem palestino Mohammad Ali Ismail Hamdan Manasrah, de 20 anos, morto com um golpe de gargalo de garrafa no pescoço, não era o alvo dos suspeitos. A vítima, que se colocou na frente de um amigo para protegê-lo, acabou sendo atingida fatalmente durante uma briga que começou dentro de uma boate no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul da capital amazonense.
De acordo com as investigações, o crime teve início após um acidente banal dentro da boate. Um amigo de Mohammad esbarrou acidentalmente em um balde de bebida que pertencia a Bruno de Souza, um dos acusados. O incidente gerou uma discussão acalorada, que rapidamente escalou para uma troca de socos. A segurança do local interveio e expulsou Bruno, mas o clima de tensão continuou.
Enquanto isso, Robson Silva Nava Júnior, amigo de Bruno e gerente de uma loja em Manaus, permaneceu no local e fez ameaças ao grupo de Mohammad, que estava com outras cinco pessoas. Robson teria vigiado o grupo e, ao perceber que eles estavam saindo da boate, avisou Bruno, que esperava do lado de fora armado com um gargalo de garrafa de vidro.
O ataque
Na saída, Robson abordou o grupo de amigos, e Bruno apareceu para agredir o amigo de Mohammad, com quem havia discutido anteriormente. Foi então que o jovem palestino, num ato de coragem, colocou-se na frente do amigo para protegê-lo e acabou sendo atingido no pescoço pelo golpe fatal.
O delegado Ricardo Cunha, responsável pelas investigações, destacou a importância das imagens de segurança fornecidas pela boate. “Fizemos uma longa análise das imagens. Temos registros tanto de dentro quanto de fora da boate, e isso foi fundamental para elucidar o crime”, afirmou.
Durante os interrogatórios, Bruno tentou dificultar as investigações, alegando não saber como a vítima foi ferida. No entanto, as evidências são contundentes. “Ele também entrou em luta corporal com o irmão da vítima, que também foi ferido. Não resta dúvida da participação dele nesse crime”, ressaltou o delegado.
Primeiro preso no caso palestino
Bruno foi preso nesta quinta-feira (13) e está à disposição da Justiça. Já Robson, identificado como cúmplice no crime, continua foragido. A Polícia Civil já expediu um mandado de prisão temporária contra ele e segue em busca de sua captura.
Enquanto isso, a família e os amigos do jovem palestino aguardam justiça.
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