Um painel de especialistas do governo em Israel recomendou uma quarta dose da vacina contra a covid-19 para todas as pessoas com mais de 60 anos e profissionais de saúde.
A medida recebeu o apoio do primeiro-ministro, Naftali Bennett.
O premiê disse que ela ajudaria o país a superar uma onda potencial de infecções pela variante ômicron.
O Ministério da Saúde israelense confirmou até agora 341 casos de ômicron.
A taxa geral de infecção por covid-19 também está aumentando, com 903 novos casos registrados na terça-feira (21/12).
Quatro mortes também foram registradas, incluindo a de um homem de 68 anos que os médicos suspeitaram estar infectado com ômicron. Mas o órgão afirmou nesta quarta-feira que ele havia contraído a variante delta.
Na noite de terça-feira, o Comitê de Especialistas Pandêmicos de Israel recomendou uma quarta dose da vacina Pfizer-BioNTech para maiores de 60 anos, médicos e pessoas com imunidade comprometida, pelo menos quatro meses após a terceira injeção.
A aprovação final deve ser dada pelo Ministério da Saúde nos próximos dias.
“Essa é uma notícia maravilhosa que nos ajudará a superar a onda da ômicron que está tomando o mundo”, diz Bennett.
“Os cidadãos de Israel foram os primeiros no mundo a receber a terceira dose da vacina contra a covid-19 e continuamos a ser pioneiros com a quarta dose também”, acrescentou o primeiro-ministro.
O professor Nadav Davidovitch, diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade Ben Gurion e conselheiro do governo, disse à BBC: “A vacina é muito segura, então a chance de ter efeitos colaterais com a quarta dose é algo muito mínimo.”
“A ômicron (variante) está agora em Israel. Temos agora taxas de multiplicação após dois dias, semelhantes ao que está acontecendo no Reino Unido e na África do Sul. Por causa disso, decidimos que seria prudente agora sugerir às pessoas que receberam uma terceira dose há quatro meses tomar a quarta dose. ”
Mas as evidências favoráveis a uma quarta dose ainda não foram divulgadas, e o mesmo comitê tinha desaconselhado a medida apenas uma semana atrás.
Um especialista do painel disse haver uma “escassez de dados” sobre se a imunidade da terceira dose estava diminuindo, mas acrescentou que os números da infecção pela ômicron em todo o mundo são “terrivelmente assustadores”.
Israel foi o país que vacinou mais rápido contra a covid em todo o mundo e o primeiro a oferecer rotineiramente uma dose de reforço no verão.
Quase 70% dos elegíveis em sua população de 9,3 milhões receberam duas doses, enquanto 45% receberam uma terceira dose, de acordo com o Ministério da Saúde.
Em novembro, o órgão disse que crianças de cinco a 11 anos também poderiam receber a vacina.
Na segunda-feira (20/12), Bennett disse querer que todas as crianças elegíveis fossem vacinadas nas próximas duas semanas para ajudar a “frear e diminuir” a força de outra onda de infecções.
O governo fechou as fronteiras para estrangeiros no mês passado em resposta à variante ômicron e agora proibiu cidadãos israelenses e residentes permanentes de viajar para mais de 50 países. A “lista vermelha” inclui Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e grande parte da África.