Enquanto inúmeras pessoas enfrentam a escassez de alimentos e a falta de medicamentos na Faixa de Gaza, parte da carga de auxílio humanitário enviada pelo Brasil à região palestina está retida por Israel na fronteira com o Egito.
A denúncia foi feita pelo deputado italiano Ângelo Bonelli, membro do partido Europa Verde, e confirmada por fontes do Itamaraty.
O legislador, que está na região como parte de uma comitiva de 14 representantes do parlamento italiano, compartilhou em suas redes sociais a informação de que 400 pacotes de ajuda estão impedidos de avançar a 20 quilômetros da passagem de Rafah, incluindo 30 enviados pelo governo brasileiro.
A carga contém purificadores portáteis enviados desde outubro do ano passado, cada um com a capacidade de tratar até 5.760 litros de água diariamente. Esses purificadores operam independentemente de energia elétrica convencional, pois possuem uma placa solar integrada. Contudo, é exatamente isso que tem impedido a entrega do material em Gaza.
Israel teria bloqueado a doação sob a justificativa de que as placas solares podem ser desviadas de sua finalidade original e utilizadas pelo grupo Hamas para geração de energia.
Quanto à ajuda humanitária, na terça-feira (5), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que “não há desculpa” para a não chegada de auxílio a Gaza. No sábado (2), aviões americanos lançaram pela primeira vez kits contendo comida e água no território palestino. Segundo o governo dos EUA, foram fornecidas cerca de 40 mil refeições, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que meio milhão de palestinos estão à beira da fome.
Israel alega que não é responsável pelas operações de entrada de ajuda humanitária via Rafah, argumentando que essas operações são conduzidas pelos egípcios. As Forças de Defesa de Israel afirmam apenas realizar a verificação dos caminhões, que estão autorizados a transportar “apenas água, comida, medicamentos e combustível”.
O Ministério israelense alega que os purificadores de água com painéis solares, como os enviados pelo Brasil, não estão autorizados a entrar em Gaza, destacando que outros purificadores já estão em operação no território.
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