A polícia sul-coreana prendeu quatro homens que usaram câmeras espiãs ilegais em motéis para filmar e transmitir ao vivo na internet vídeos de cerca de 1.600 hóspedes, arrecadando cerca de 7 milhões de won (cerca de R$ 23.400) nos últimos três meses, disse a polícia na quarta-feira.
A polícia disse que os homens passaram-se por clientes dos móteis para instalar secretamente as câmeras, compradas em sites do exterior, em 42 quartos de 30 estabelecimentos do país desde agosto do ano passado.
As imagens das câmeras, escondidas em televisões, tomadas e secadores de cabelo, eram transmitidas ao vivo em um site, acrescentou a polícia.
Em novembro, um site foi criado, permitindo aos clientes assistir a vídeos pagos ou a clipes gratuitos de 30 segundos. Os homens são acusados de postar 803 vídeos. A polícia diz que, até ser tirado do ar, o site tinha 97 assinantes.
“Foi o primeiro caso com que já lidamos no qual vídeos eram transmitidos ao vivo pela internet”, disse a polícia sul-coreana em um comunicado.
Mais de 6.600 casos de filmagens ilícitas foram reportadas à polícia do país no ano passado, ou cerca de um quinto de todos os casos de abuso sexual investigados, em comparação a 3,6% dos casos de abuso em 2008, afirmaram os procurados.
Mais de 5.400 pessoas foram presas por produzir imagens eróticas em segredo em 2017, mas menos de 2% foram encarceradas.
O aumento das filmagens se deve a um crescimento dos dispositivos móveis. A indústria da música pop da Coreia do Sul, chamada de K-pop, ainda se recupera de um escândalo recente envolvendo o cantor e estrela televisiva Jung Joon-Young, acusado de compartilhar vídeos sexuais filmados sem consentimento de suas contrapartes. Na quinta-feira, a corte de Seul reviu um mandado de prisão para Jung. Em um comunicado, ele admitiu todas as acusações.
No ano passado, dezenas de milhares de mulheres tomaram as ruas de Seul, a capital, para protestar contra filmagens secretas e violências sexuais, exigindo punições mais rigorosas para abusadores.
A lei foi alterada em novembro passado para endurecer as penas para não apenas distribuir, mas também produzir imagens íntimas sem consentimento.
O escândalo do K-pop também envolveu Lee Seung-hyun, um membro da boy band Bigbang, que é mais conhecido por seu nome artístico, Seungri. O jovem de 28 anos é suspeito de pagar prostitutas para agradarem empresários estrangeiros, de modo a arrecadar fundos para os seus negócios.
Seungri negou irregularidades.