O corpo de Esteliano José Madureira, de 43 anos, suspeito de assassinar a universitária Bruna Oliveira da Silva, foi localizado na noite de quarta-feira (23), dentro de uma lona azul, na Avenida Morumbi, zona oeste da capital paulista. A vítima estava com as pernas amarradas e apresentava sinais de tortura.



Bruna foi morta em Itaquera, na zona leste de São Paulo, a mais de 30 km do local onde o corpo do suspeito foi desovado. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que Esteliano tenha sido levado ainda com vida para a comunidade de Paraisópolis, na zona sul, onde teria sido julgado e executado por um tribunal do crime.
Segundo os investigadores, o suspeito foi retirado da região onde morava, na Comunidade da Prainha, localizada na Avenida Sport Club Corinthians Paulista, zona leste da capital. Ele era conhecido como “Mineiro” e prestava serviços montando e desmontando barracas nas proximidades da estação Corinthians-Itaquera, de onde a universitária iniciou seu trajeto de volta para casa no dia do desaparecimento.
De acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), moradores da comunidade onde Esteliano vivia demonstraram desconforto com o crime cometido e tinham interesse em identificar o responsável. A polícia não descarta outras possibilidades além da execução por tribunal do crime, como linchamento ou vingança.
Após o assassinato de Bruna, Esteliano teria mudado de comportamento: raspou a barba, trocou de roupa — algo incomum para ele — e passou a agir de forma nervosa. Essas mudanças levantaram suspeitas sobre sua participação no crime.
O corpo de Esteliano apresentava mais de dez perfurações no tronco, tórax, abdômen, nuca e região anal. Inicialmente, a polícia acreditava que ele havia sido baleado, mas, segundo o DHPP, os ferimentos foram causados por arma branca. Os sinais de violência indicam que ele foi torturado antes de morrer.
A mãe de Bruna, Simone da Silva, afirmou que foi informada sobre o corpo encontrado e declarou estar de “alma lavada” ao saber da morte do suspeito. Ela também participará de um protesto organizado por estudantes da USP Leste, que exigem justiça e responsabilização pelo assassinato da jovem.
Univerisitária de turismo, Bruna tinha 28 anos, era mestranda da Universidade de São Paulo e mãe de um menino de 7 anos. Ela desapareceu no dia 13 de abril, após sair da estação Corinthians-Itaquera. Seu corpo foi encontrado quatro dias depois, nos fundos de um estacionamento na região da Vila Carmosina.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que Bruna foi seguida por um homem, posteriormente identificado como Esteliano. Ele já havia sido acusado por roubo em 2008, mas não tinha registros de violência doméstica ou agressões.
Estudantes da USP Leste organizaram um ato simbólico nesta quinta-feira (24), pedindo justiça e cobrando respostas sobre o caso. O grupo também critica falhas na condução inicial da investigação, que teria prejudicado a coleta de provas. Eles reforçam que o assassinato de Bruna não é um caso isolado e pedem ações concretas de proteção às mulheres.
O namorado da vítima, Igor Sales, relatou que Bruna havia passado o fim de semana em sua casa, no Butantã, e voltou para casa na noite do domingo (13). Como perdeu o ônibus, decidiu fazer o trajeto a pé após carregar o celular em uma banca e esperar uma corrida de aplicativo ficar mais barata. Sua última mensagem foi enviada às 22h19. Depois disso, ela não respondeu mais às ligações ou mensagens.
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