Os delegados Paulo Martins e Charles Araújo, titular e adjunto, respectivamente, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), falaram, na manhã desta quinta-feira (27/06), durante coletiva de imprensa realizada às 11h, no prédio da especializada, sobre o cumprimento de mandado de prisão preventiva por feminicídio, em nome de Jonas Malafaia de Oliveira, 36.
Conforme o titular da DEHS, Jonas Malafaia é autor da morte da ex-companheira dele, Raimunda Ferreira de Souza, que tinha 46 anos. O crime aconteceu na manhã do dia 25 de dezembro de 2018, na residência da vítima, situada na avenida Brigadeiro Hilário Gurjão, quarta etapa do bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital. O corpo da mulher foi encontrado por vizinhos no dia 27 de dezembro daquele mesmo ano.
O infrator foi preso na noite do último domingo (23/06), por volta das 20h, no município de Autazes, por policiais militares lotados naquele município, distante 113 quilômetros em linha reta da capital. “Como Jonas alega ser índio da etnia Ticuna, disse ter se refugiado em uma aldeia indígena naquele município. Sabíamos que ele estava escondido lá, mas a equipe teve dificuldades para entrar no local. Esperamos ele ir até à sede da cidade de Autazes e, quando ele chegou lá, policiais militares o detiveram e informaram nossas equipes, que realizaram o translado dele para a capital”, explicou Martins.
No prédio da DEHS, os policiais civis cumpriram a ordem judicial em nome do infrator, expedida no dia 28 de dezembro de 2018, pela juíza Andréa Jane Silva de Medeiros, no Plantão Criminal.
Circunstâncias do crime – O delegado Charles Araújo informou que, durante depoimento da especializada, Jonas relatou que ele e a vítima tinham um relacionamento conturbado e que, no dia anterior ao crime, na véspera de Natal, eles se encontraram, passaram a noite ingerindo bebidas alcoólicas e, após uma discussão, Jonas pegou uma faca e desferiu vários golpes na vítima, que morreu no local. O adjunto da DEHS revelou como foram realizadas as investigações em torno do caso.
“A motivação teria sido uma discussão iniciada por conta de bebida alcoólica. Logo que fomos informados sobre o crime, nossas equipes estiveram no local, uma estância. Lá conversamos com os moradores, que nos informaram que a vítima teria chegado na manhã do dia 25 de dezembro com o autor e depois não foi mais vista saindo da casa. Descobrimos que ele tinha ficado com o celular da vítima. Recuperamos o aparelho durante as investigações. A pessoa que estava com o telefone confirmou que tinha comprado de Jonas. A partir daí, representamos à Justiça o pedido de prisão em nome dele”, disse Araújo.
Indiciado – Jonas foi indiciado por feminicídio. Ao término dos procedimentos cabíveis no prédio da DEHS, o infrator será encaminhado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irá permanecer à disposição da Justiça.
Para concluir, Martins ressaltou que as equipes da especializada estão averiguando se o infrator realmente é indígena. “Caso seja comprovado que ele é indígena, iremos comunicar aos órgãos responsáveis. O fato é que ele cometeu um crime e agora ficará à disposição da Justiça”, concluiu o titular da DEHS.