Pelo menos 650 crianças foram diagnosticadas com uma misteriosa e grave infecção por hepatite desde o início de abril, segundo a Organização Mundial da Saúde. Os casos, que até agora intrigaram as autoridades de saúde, foram relatados em 33 países diferentes.
Pelo menos 38 crianças precisaram de um transplante e nove morreram, de acordo com um comunicado da OMS na sexta-feira (27). Há também 99 casos pendentes de classificação.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) relatou na sexta-feira (27) o primeiro caso em investigação de um tipo de hepatite aguda infantil com causa ainda desconhecida em São João Del Rei. Outras duas notificações da doença foram registradas em Juiz de Fora anteriormente.
De acordo com a Prefeitura, o paciente é uma criança de 2 anos e 4 meses. Ela é moradora de Tiradentes e está internada em São João Del Rei em estado grave.
Os países europeus relataram a maioria dos casos, com 222 casos prováveis relatados no Reino Unido e na Irlanda do Norte. Casos também foram relatados na América do Norte, Argentina, Pacífico Ocidental, Sudeste Asiático e região do Mediterrâneo Oriental.
De acordo com dados sobre os casos na Europa, 75% das crianças tinham menos de 5 anos. Dos 181 casos testados para adenovírus, 60% foram positivos. Dos 188 casos testados para COVID-19, 12% foram positivos. E dos 63 casos que tinham dados sobre a vacinação da COVID, 84% não foram vacinados.
Neste surto de hepatite aguda grave, os casos foram mais graves e “uma proporção maior desenvolve insuficiência hepática aguda em comparação com relatos anteriores de hepatite aguda de etiologia desconhecida em crianças”, disse a OMS.
“Embora o adenovírus seja uma hipótese plausível como parte do mecanismo de patogênese, mais investigações estão em andamento para o agente causador; a infecção por adenovírus (que geralmente causa infecções gastrointestinais ou respiratórias autolimitadas leves em crianças pequenas) não explica totalmente o quadro clínico mais grave observado com esses casos”, disse a OMS.