A capital amazonense amanheceu com o transporte público paralisado nesta terça-feira (15), após o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus anunciar uma greve que deve afetar mais de 500 mil usuários diários. A estimativa é que 50% da frota de ônibus fique fora de operação, causando caos no trânsito e dificuldades para quem depende do sistema.
Decisão judicial limita impacto, mas greve segue
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) obteve uma decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, determinando que 70% da frota circule nos horários de pico (6h às 9h e 17h às 20h) e 50% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento. A decisão também proíbe bloqueios em garagens ou ações que impeçam o funcionamento do serviço público, exigindo que manifestações ocorram a pelo menos 150 metros dos estabelecimentos.
Apesar da medida, o presidente do sindicato dos rodoviários, Givancir Oliveira, afirmou que a greve é o “último recurso” após falhas nas negociações: “Nosso último recurso é a greve, já tentamos várias tratativas de acordo, mas sem sucesso, então vamos pra guerra”. Entre as principais reivindicações estão reajuste salarial e a manutenção dos cobradores nos ônibus, função ameaçada pela modernização da frota.
Caos no trânsito
Com a redução da frota, os impactos já são sentidos em toda a cidade. Passageiros relataram longas esperas nos pontos de ônibus, enquanto outros optaram por serviços de transporte por aplicativo, causando sobrecarga nas plataformas e congestionamentos virtuais na busca por motoristas.
O trânsito em Manaus também está mais lento, com vias principais congestionadas devido ao aumento de veículos particulares e alternativos. Moradores reclamam do atraso para chegar ao trabalho e da falta de informações sobre quando a situação será normalizada.
Sindicatos divergem sobre solução
Enquanto o Sinetram afirma estar “aberto ao diálogo” e classifica a greve como “desnecessária”, os trabalhadores defendem que a paralisação é a única forma de pressionar por melhorias. A categoria dos cobradores, em especial, teme pelo fim dos empregos com a chegada de ônibus sem a função.
A greve ocorre em um momento crítico para a mobilidade urbana de Manaus, que já enfrenta desafios estruturais. A população espera que as negociações sejam retomadas para evitar dias ainda mais caóticos.
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