Manaus enfrenta seu segundo dia consecutivo de greve dos rodoviários nesta quarta-feira (16), com metade da frota de ônibus paralisada e milhares de passageiros enfrentando dificuldades para se locomover pela cidade. Os terminais de transporte e pontos de parada amanheceram superlotados, com filas que se estendiam por quarteirões. Muitos usuários relataram esperar mais de uma hora para conseguir embarcar em um dos poucos ônibus que circulavam, enquanto outros se viram obrigados a viajar pendurados nas portas dos veículos devido à superlotação.
A situação crítica no transporte coletivo impactou diretamente o trânsito da capital amazonense. As principais avenidas, como Djalma Batista e Constantino Nery, registraram congestionamentos incomuns para um dia de semana, com motoristas enfrentando até duas horas para percorrer trajetos que normalmente levam 30 minutos. O aumento no fluxo de veículos particulares e a procura massiva por aplicativos de transporte sobrecarregaram o sistema, resultando em tarifas elevadas e tempos de espera que chegaram a 45 minutos em algumas regiões durante a greve.
O impasse nas negociações entre o Sindicato dos Rodoviários, as empresas de transporte e a prefeitura continua sem solução. Enquanto o Sinetram ofereceu um reajuste salarial de 5%, os trabalhadores mantêm sua posição por 12% de aumento e pela preservação dos postos de cobradores, ameaçados pela modernização da frota. O presidente do sindicato dos rodoviários afirmou que a paralisação não tem data para terminar e só será encerrada quando as demandas forem atendidas.
As consequências da greve se estendem para além do sistema de transporte. Comércios no centro da cidade relataram queda significativa no movimento, muitos estabelecimentos operaram com equipes reduzidas devido à dificuldade de deslocamento dos funcionários. A Secretaria Municipal de Educação suspendeu as aulas em diversas escolas onde mais da metade dos alunos e professores dependem do transporte público para chegar.
A prefeitura convocou uma reunião de emergência para tentar mediar o conflito, mas as perspectivas de acordo imediato parecem remotas. Enquanto isso, a Defensoria Pública monitora o cumprimento da decisão judicial que estabelece multa pesada para as empresas que não mantiverem o mínimo de frota em circulação. A população, que já sofre com os efeitos da paralisação, aguarda ansiosamente por uma solução que restaure a normalidade no transporte coletivo da cidade.
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