O Governo do Amazonas, por intermédio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), vinculada à Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), entregou, nesta quarta-feira (08/04), parte das 86 toneladas de alimentos que estão sendo doados para instituições filantrópicas que atendem a população vulnerável.
Também foram entregues 16 das 70 toneladas de pescado que serão doadas, até o final da Semana Santa, por meio da Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (Sepa), em parceria com o Programa de Desperdício de Feiras.
As doações são provenientes do Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme) e do Programa de Assistência Familiar, este último criado para atender famílias em situação de vulnerabilidade, durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A medida busca dar destinação adequada aos alimentos que seriam utilizados na merenda escolar, uma vez que as aulas presenciais seguem suspensas na rede pública estadual de ensino até o dia 30 de abril.
Os alimentos e peixes são direcionados à rede de assistência social do Estado, formada pelas secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejusc) e Assistência Social (Seas); além do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS). Os órgãos sociais são responsáveis por organizar a distribuição dos alimentos para as instituições.
Alimentos – As doações reúnem 12 itens, entre frutas, verduras e legumes: abacaxi, abóbora, banana, cheiro-verde, couve, feijão de metro, mamão, macaxeira, limão, pimentão, pimenta-de-cheiro e melancia; beneficiando diretamente mais de 50 produtores dos municípios de Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru e Rio Preto da Eva, além da capital, Manaus.
“Nós temos uma planilha com todos os fornecedores do Preme. Fizemos um ajuste para atender, nesse momento emergencial o PAF e, semanalmente, a gente programa essa coleta. A nossa logística faz todo esse trabalho de apoio de ir até às propriedades fazer a coleta desses itens e trazer até aqui central de distribuição”, detalhou Tomás Sanches, diretor técnico da ADS.
O Sistema Sepror também viabiliza a retirada do pescado junto aos piscicultores, por meio de caminhões e técnicos que avaliam questões de quantidade e qualidade, fazer a pesagem e levando gelo, de forma a diminuir os custos do piscicultor.
O diretor técnico ressalta que a doação dos alimentos é benéfica tanto pela questão social quanto econômica. “Tem o viés econômico, de garantir a atividade desses agricultores, de garantir uma renda para eles; além de não haver o desperdício. E também a gente está levando alimentação para quem mais precisa”, observou Tomás Sanches.
Social – Ao todo, 150 instituições estão sendo beneficiadas com as doações. “Nós já temos, na Seas, um cadastro de instituições que a gente fomenta, que são as instituições chamadas da Rede Acolher, que fazem atendimentos de serviços à Média e Alta Complexidade. São serviços de abordagem, serviços de acolhimento de crianças e adolescentes, famílias em situação de vulnerabilidade social”, disse a secretária executiva da Seas, Branca Pinheiro.
“Nós abrangemos vários setores, tanto social quanto primário. Trabalhamos com inclusão social, produtiva, os idosos, crianças, adolescentes, Pessoas com Deficiência. Nosso intuito é ajudar essas instituições, principalmente os abrigos, que tem pessoas que vivem ali. Mas também as pessoas que estão em vulnerabilidade social, que são abraças por essas instituições”, completou Erika Meireles, secretária executiva do FPS.
Entre as instituições beneficiadas está a Associação de Apoio Lar de Vitórias, que há seis anos atende Pessoas com Deficiência. A organização conta com 130 famílias cadastradas que receberam, nesta quarta-feira (08/04), os alimentos doados. “Eu me sinto muito feliz em poder estar dando essas doações para essas famílias. Muitas mães estão desempregadas porque cuidam dos seus filhos, que ficam em casa. Então, essa ajuda é muito boa. Agradeço muito ao Governo do Estado por essa parceria tão grande”, afirmou a vice-presidente do Lar de Vitórias, Jackeline Kim.
A afilhada da dona de casa Fátima Ribeiro tem um encurtamento ósseo na perna direita e é atendida com sessões de fisioterapia na instituição, há três anos. Com o marido ameaçado de perder o emprego, ela conta que os alimentos vieram em boa hora.
“Esse alimento ajuda muito tanto na nossa alimentação, da criança, de casa. É um grande ganho para todas as famílias dessa ONG, vocês não sabem o quanto estão ajudando. Não é só a minha realidade, tem muita gente hoje que o pai e a mãe estão desempregados. Eu sei que parece pouco, mas é no pouco que se faz o muito e a gente só tem a agradecer por essa ajuda”, comemorou a dona de casa.