O governador Wilson Lima conversou, nesta terça-feira (30/04), com uma comissão de professores do município de Manicoré (a 302 quilômetros de Manaus). No primeiro encontro com representantes da categoria, ele reafirmou o compromisso do Governo do Amazonas de manter o diálogo e falou sobre as limitações fiscais do Estado para conceder um reajuste maior aos profissionais da educação. Wilson Lima esteve em Manicoré para entrega de ajuda humanitária a famílias atingidas pela cheia do rio Madeira.
“Nós estamos conversando com todos os sindicatos. A comissão já sentou com o secretário de Fazenda, com o secretário de Educação, com o vice-governador e chefe da Casa Civil. Por que é importante a conversa com essas pessoas? Elas são os técnicos. Eles vão dizer o que é possível a gente fazer. No início do ano eu dei reajuste de 9,38% para os professores e estou dando agora a data-base de 3,9%”, disse o governador.
Segundo Wilson Lima, a reposição da data-base de 2019 só não foi paga até o momento porque há um impasse entre os sindicatos que representam a categoria. “E nós também estamos discutindo outros pontos em que a gente pode avançar”, completou.
O governador deixou claro que o que é de direito e amparado legalmente, o Governo não deixará de fazer. “O que for de direito, pode ter certeza que eu vou garantir. Não tenho menor problema com relação a isso. Só que eu tenho limitações orçamentárias, financeiras e se eu der qualquer reajuste além da inflação dos últimos doze meses eu vou ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal e eu vou ser preso. Eu e meu secretário de Fazenda e isso não vou fazer”, frisou.
Aos representantes de professores de Manicoré, Wilson Lima também disse que a categoria vem acumulando perdas há décadas e que a atual situação fiscal do Estado não permite resolver, de imediato, as perdas passadas.
“Eu venho conversando com todo mundo. O mesmo reajuste que eu dei para os policiais militares, eu dei para os professores. A diferença é que para os professores eu já paguei reajuste no mês de janeiro e estou dando agora 3,9%. É o ideal? Não. A gente está muito longe de chegar a esse nível de excelência e de compensação, de reconhecimento do profissional da educação. Há quanto tempo vocês vêm sendo desvalorizados? Há quanto tempo que não reconhecimento da categoria? A gente vai resolver isso em quatro meses?”, ponderou.
Um dos professores de Manicoré, José Antônio, reconheceu que a categoria está dividida e isso dificulta as negociações. “Nós sabemos que a categoria encontra-se dividida em termos de reivindicação. Eu concordo que pode ser até um pouco cedo, mas eu tenho convicção que nós estamos exercendo nosso papel”, disse o professor.