Beatriz Lacerda, 20, conhecida como “Cris” ou “Delta”, morta com sete tiros na madrugada deste domingo (2), era garota de programa e amiga de “Barbie do Tráfico” que também foi morta há menos de quatro meses por envolvimento com tráfico de drogas.
Corpo de Beatriz foi encontrado em uma área de mata nas proximidades de um condomínio na avenida Waldemar Jardim Maués, Colônia Japonesa, Zona Norte da cidade com marcas de tiros no rosto e peito.
Segundo informações do primo da vítima, que preferiu não se identificar, Beatriz foi inserida na prostituição há um ano por meio da amiga, Fernanda Caroline Chaves Pinho, de 25 anos, conhecida como ‘Barbie do Tráfico’, que foi morta com quatro tiros no dia 24 de setembro do ano passado.
“Ela era bem ousada, não tinha medo de nada. Entrou nesse mundo da prostituição há um ano. A família sabia disso deste ‘trabalho’ dela”, diz Alexandre, que viu Beatriz a última vez na virada do ano.
O primo contou ainda que Beatriz era usuária de drogas, mas que sempre foi ‘protetora’, não oferecia para ele e sempre ficava preocupada para ele não ficar até tarde na rua. Ele não desconfiava de quem possa ter feito tal brutalidade, mas ficava muito preocupado com a prima, pois ela tinha amizades com várias pessoas.
Segundo ele, Beatriz costumava visitar casas noturnas no bairro Centro, onde conseguia clientes. Uma delas, o Remulos Beer, na rua Lobo D’Almada, na Zona Sul de Manaus.
Um representante da boate, que preferiu não ter o nome identificado, disse que conhecia Beatriz e a viu algumas vezes no estabelecimento. “Ela era chamada de ‘Cris’. Não era funcionária do Remulos e raramente vinha até a boate. Por isso não emitimos nota de pesar”.
Quando a perguntado sobre os suspeitos do crime, o representante acredita ter ligação com guerra de facções. “Não acho que a morte tenha a ver com clientes, mas sim com drogas e acertos de contas”.
A fonte comentou ainda o fato de Beatriz ser a segunda mulher ligada ao Remulos a morrer em menos de quatro meses. “Antes dela teve a Barbie, que também não era funcionária do Remulos, apenas frequentava para conseguir clientes. Ela viajava muito e estava aqui em Manaus, onde foi morta”.
Testemunhos de vizinhos
Moradores da região afirmaram aos policiais que ouviram barulhos parecidos com fogos de artifícios. Uma testemunha, teria visto um carro de cor cinza ou prata deixando o local perto de onde o corpo estava.
Após encontrarem o corpo, vizinhos acionaram a polícia e uma viatura da 27ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foi deslocada até o local para isolar a área até a chegada das equipes de investigações. Agentes do Instituto Médico Legal (IML) foram acionados e removeram o corpo até a sede da unidade para os procedimentos legais que seguem ainda sem reconhecimento dos familiares.