A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) alerta para o risco de transmissão de doenças no período das cheias dos rios. O alerta é realizado apesar dos indicadores de alguns agravos apresentarem redução do número de contaminados na época de enchentes.
Um exemplo é a hepatite A que, até março deste ano, não apresentou notificação de casos, tendo tido sete no mesmo período do ano passado. Em relação às pessoas que contraíram leptospirose, doença transmitida pela urina dos ratos, até março deste ano, foram 15 casos da doença contra 35, em 2020, correspondendo a uma redução de 57%.
O número de indivíduos que contraíram diarreia neste ano com as águas dos rios também apresentou redução de 67%. Em 2021, 17.341 pessoas foram atingidas pela doença contra 53.003 no mesmo período de 2020.
O diretor-presidente da FVS-AM, Cristiano Fernandes, salienta que a principal medida para reduzir os casos de doenças relacionadas às cheias é o consumo de água limpa e, para isso, o órgão distribui hipoclorito de sódio.
“Apenas no primeiro trimestre deste ano, a FVS, já encaminhou aos municípios afetados com as cheias de rios, mais de 1 milhão de frascos de hipoclorito, essenciais para a purificação da água para consumo humano”, informou.
A diretora técnica da FVS-AM, Tatyana Amorim, aproveita para alertar para o risco de aumento de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. “As enchentes também provocam a dispersão desses animais que são desalojados de seus abrigos e habitat e buscam outros ambientes, inclusive o doméstico, como refúgio”, explicou.
De janeiro a março deste ano, 826 pessoas sofreram acidentes com estes animais, como cobras, aranhas, escorpiões, lagartas e abelhas. No ano de 2020, foram mais de 3.043 acidentes.
Monitoramento – Segundo o levantamento diário realizado pela Defesa Civil do Amazonas, por meio do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), cerca de 23 municípios do Amazonas, das calhas do Madeira, Rio Negro, Baixo Solimões e Baixo Amazonas, decretaram situação de alerta por causa das cheias dos rios que já afetam mais de 200 mil pessoas. E outras 14 cidades das calhas do Juruá, Purus e Madeira seguem em situação de Emergência.
Referência – A FVS-AM é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, e atua na prevenção de desastres e efeitos na saúde humana. A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Os contatos telefônicos da FVS-AM são (92) 3182-8550 e 3182-8551. Os contatos telefônicos do PNI/FVS-AM são (92) 2129-2500 e 2129-2502.