Representantes de Flamengo e Ministério Público estiveram reunidos nesta segunda (18) e deram o pontapé inicial no processo de indenização das vítimas do incêndio que atingiu o alojamentos das divisões de base do clube, no dia 8, no Ninho do Urubu.
O departamento jurídico da Gávea reuniu documentos, incluindo os contratos de formação dos dez jovens mortos e dos 16 atletas sobreviventes, e apresentou à Defensoria Pública cálculo inicial do valor a ser pago.
Além do MP, outros órgãos públicos, como Defesa Civil e Ministério do Trabalho, estiveram presentes no encontro desta segunda-feira. A idade das vítimas, o tempo da carreira e salário de jogadores de futebol foram pontos levados em consideração. Os valores são sigilosos.
Caminho da indenização
Depois do cálculo inicial, caberá ao clube e MP prepararem as indenizações de acordo com as consequências sofridas por determinada vítima. Ou seja, um valor para os familiares dos dez mortos, outro valor para sobreviventes com sequelas permanentes e um terceiro valor para sobreviventes sem lesões. Com essa definição entre Flamengo e Ministério Público, as respectivas propostas são apresentadas às partes envolvidas, podendo ou não serem aceitas.
O apoio aos sobreviventes e familiares foi colocado como prioridade pela direção do Fla desde a tragédia. Um comitê de gestão de crise foi instaurado na sede da Gávea. Os custos de traslado das famílias para o Rio, assim como a hospedagem e as despesas do transporte de todos os corpos das vítimas para as cidades natais, foram pagas pelo clube.
Tragédia no CT
O incêndio no alojamento nas divisões de base aconteceu no dia 8 de fevereiro e vitimou dez atletas do Flamengo, de 14 a 16 anos. Três jogadores precisaram ser internados – Cauan Emanuel e Francisco Dyogo já receberam alta médica -, sendo que Jhonata Ventura segue aos cuidados do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Pedro II. O quadro do jovem é estável. Além deles, 13 jovens escaparam do incêndio sem qualquer tipo de ferimento.
Interdição
No dia 13, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou a suspensão de todas as atividades das categorias de base no CT George Helal, o Ninho do Urubu, proibindo a entrada, permanência ou participação de qualquer criança ou adolescente no local até julgamento do mérito. A decisão é do juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância da Juventude e do Idoso.
Em caso de descumprimento, está prevista multa única no valor de R$ 10 milhões em relação ao Flamengo e multa única e concomitante no valor de R$ 1 milhão ao presidente Rodolfo Landim. A decisão do TJ-RJ foi liminar parcial em ação civil publica do MPRJ que corre desde 1 de abril de 2015. Cabe recurso ao Flamengo em segunda instância.
A decisão está sendo respeitada. Após o incêndio, as atividades da base foram paralisadas no local. A expectativa é que os jogadores se reapresentem na quinta-feira, dia 21. Contudo, sem a estrutura do Ninho do Urubu, a operação com atletas de fora do Rio de Janeiro deve permanecer suspensa. O clube entende que não há condições de receber centenas de atletas da base em outro local que não o CT.
Fonte: Lance