Folhapress | Menos de uma semana após emitir uma nota informando evitar assuntos políticos por questões de estatuto, o Flamengo enviou uma camisa oficial ao deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) com o número 17 -legenda de seu partido, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro.
Na campanha de 2018, Amorim e o deputado federal Daniel Silveira (PSL) provocaram polêmica ao rasgar, em evento com o então candidato a governador Wilson Witzel (PSC), uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em fevereiro daquele ano.
O presente enviado pelo Flamengo gerou revolta imediata nas redes sociais e causou polêmica interna no clube. Segundo apurou a reportagem, a iniciativa partiu de um diretor amador rubro-negro dedicado a relações externas com políticos, entidades e empresas.
Questionado pela reportagem, o Flamengo informou estar apurando internamente o caso e ainda não soube informar se a homenagem teve anuência da presidência do clube. O agrado ao deputado contrasta com o posicionamento recente do clube sobre assuntos políticos.
No último domingo (31), data que marcou os 55 anos do golpe militar que levou o Brasil a uma ditadura de 21 anos, um dos grupos políticos do Flamengo homenageou o ex-atleta Stuart Angel, torturado e morto pelo regime militar à época.
Imediatamente, o clube se apressou em dizer que não tinha relação com a homenagem, umas vez que “não se posiciona sobre assuntos políticos – algo que, inclusive, é estatutariamente vedado”.
Torcedores do Flamengo não esconderam a insatisfação com a homenagem política desta sexta (5). Nas redes sociais, era possível verificar a revolta deles. Muitos classificaram os episódios desta semana como uma “vergonha” e uma “mancha” na história do time da Gávea.