Nem mesmo a goleada do Palmeiras sobre o Melgar por 4 a 0, em Arequipa, e a classificação antecipada às oitavas de final da Copa Libertadores acalmou os ânimos no clube. Felipão não escondeu a insatisfação e chamou de “palhaços” os torcedores do time que ficaram xingando jogadores reservas que faziam uma atividade física depois do confronto. O treinador chegou a ameaçar deixar o clube por conta da situação e disse que a diretoria nem precisaria pagar qualquer multa rescisória.
“Aconteceu que deve ter uns quatro ou cinco que não tem noção do que dizem aos jogadores. Gritando algumas bobagens. Se querem gritar bobagem, ter um culpado, achem a mim. Sou eu que escalo os jogadores. Vão lá, gritem comigo, briguem comigo, xinguem a mim. Mas não xingar os jogadores. Jogaram, venceram, classificaram e foram xingados? Pelo amor de Deus. Se não estão contentes, vão lá e peçam para a direção do Palmeiras: ‘Nós não estamos contentes e queremos que o Felipe vá embora’. Vou embora amanhã. Acabou o assunto”, argumentou o treinador. “Um bando de palhaços. Quatro ou cinco palhaços. Se não acharem interessante, estou lá em São Paulo, moro em São Paulo”.
Ainda na entrevista coletiva de imprensa, Felipão pediu para que esse grupo que está criticando o trabalho pelo menos se identifique. Em um momento de desabafo, o pentacampeão mundial e campeão brasileiro há pouco mais de cinco meses pelo Palmeiras disse que não teria problema em ir embora e até abriria mão de qualquer indenização pelo rompimento do contrato.
“Se não está contente, tem aí o presidente, coisa bem mais simples. Se não quiser, o Palmeiras não precisa nem pagar. Um bando de pessoas que não têm noção e depois dizem lá que ‘nós não fomos’. Parem com essa palhaçada, assumam o que digam. Se tem uma turma que quer fazer isso, faça. Mas assuma. Diga: ‘Nós somos fulanos de tal, da torcida tal’. Não fique com mentira. Fim do mundo, chateado com esse pessoal”, finalizou.
Durante a partida, o atacante Dudu chegou a mostrar o dedo médio para um torcedor que o xingou durante a sua substituição e depois quando ia em direção ao vestiário, com a partida encerrada.
OUTROS INCIDENTES – Na rodada anterior da Libertadores, a delegação do Palmeiras foi recebida no estádio Allianz Parque, em São Paulo, com um grupo de torcedores arremessando pedras e garrafas contra o ônibus do time, que manobrava para chegar ao estacionamento da arena, onde o time enfrentaria o Junior Barranquilla, da Colômbia.
Os protestos começaram de forma mais ostensiva depois da queda na semifinal do Campeonato Paulista para o São Paulo, nos pênaltis. Após a eliminação, os muros do clube amanheceram pichados com pedidos de saída do atacante colombiano Miguel Borja e de Leila Pereira, dona da Crefisa, a patrocinadora do Palmeiras.
*Estadão