A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), irá realizar, de forma excepcional, neste sábado (13/4), quatro cirurgias de mastectomia – retirada total da mama –, com o objetivo de diminuir o tempo de espera das mulheres que já passaram pelo serviço de quimioterapia.
As cirurgias fazem parte do plano de ação da nova gestão para diminuir o tempo de espera por procedimentos cirúrgicos e de atendimentos clínicos na unidade referência na região Norte no tratamento de câncer. As ações têm acontecido sempre aos sábados, para aproveitar ao máximo a capacidade do hospital e do corpo de médicos.
O diretor-presidente da FCecon, o mastologista Gerson Mourão, estará à frente das cirurgias, sendo auxiliado por uma equipe de enfermeiros e técnicos de enfermagem. Ele explicou que a Fundação tem promovido várias iniciativas para melhorar o atendimento e a qualidade de vida do paciente, alinhada à Política Nacional de Humanização (PNH) preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Quanto mais rápido o paciente for atendido, passar pelo serviço de quimioterapia e cirurgia, por exemplo, mais rápido será o processo de recuperação e cura. Assim, será possível oferecer condições para que essa mulher seja inserida novamente ao convívio social”, disse Gerson Mourão.
Prioridade – A chefe do serviço de Mastologia da FCecon, Hilka Espírito Santo, explicou que há um ciclo/protocolo para o tratamento quimioterápico – considerado neoadjuvante, ou seja, é feito antes da cirurgia para que ocorra a diminuição do tumor e evitar que ele cresça.
“O protocolo estabelecido é de quatro a seis meses, dependendo do quadro clínico da paciente. Durante esse período, o quimioterápico atua nas células cancerígenas para, assim, proporcionar uma margem cirúrgica para a retirada do tecido afetado. Ao final desse prazo, o médico mastologista não pode exceder o período máximo de 60 dias para realizar a cirurgia”, explicou.
Caso o médico perca o ‘timing’, de acordo com a médica especialista, o tumor volta a crescer e a cirurgia não pode mais ser realizada dentro dos critérios e margens de segurança da cirurgia oncológica.
Avanços – Gerson Mourão lembrou que nestes primeiros 100 dias, a Fundação implantou o projeto da ‘Enfermeira Navegadora’, que agiliza o atendimento de pacientes; realizou os mutirões contra o câncer colorretal – acomete o intestino grosso e reto –, e o de conizações – para a retirada das lesões precursoras de câncer de colo uterino, causadas pelo HPV.
“As cirurgias de mama fazem parte desse processo de mudança que está ocorrendo dentro da Fundação, focada na melhoria da qualidade de vida do paciente. Realizamos mais de 80 procedimentos durante os mutirões e virão outros. Significa que estamos trabalhando para diminuir o tempo de atendimento e as filas”, frisou.