A Meta, empresa dona do Facebook, proibirá posts pagos que questionem, de alguma forma, a legitimidade da eleição em suas redes sociais, sendo elas o instagram e whatsapp. O anúncio foi feito nesta semana, apenas um dia após a divulgação de um estudo da ONG internacional Global Witness – Testemunha Global em português- que mostrou como as mentiras sobre o pleito eram distribuídas em posts de publicidade política no Brasil. Mas segundo a empresa, não existe relação entre o relatório e o anúncio feito na última terça-feira (17).
“A remoção de conteúdos que violam nossas políticas voltadas para supressão de votos está entre nossas respostas a potenciais interferências ao processo eleitoral”, declarou a empresa. Essa nova política vale para o período eleitoral de outubro e para as eleições legislativas nos Estados Unidos, que ocorrem em novembro.
Atualmente a empresa não tem uma política específica para moderação de conteúdo eleitoral, mas diz proibir publicações que estimulem a omissão de votos. Apesar disso, a plataforma ainda conta com anúncios que promovem a desinformação sobre as eleições. Podemos citar como exemplo um teste feito pela ONG internacional, que mostrou que a Meta permitiu a distribuição de anúncios que colocavam sob suspeita o atual sistema eleitoral brasileiro.
Em nota, a empresa diz que se prepara “extensivamente para as eleições de 2022 no Brasil”, com “ferramentas que promovem informações confiáveis por meio de rótulos em posts sobre eleições”. Na declaração, também ressalta o canal direto que estabeleceu com o Tribunal (TSE), que deve enviar conteúdos potencialmente problemáticos para a revisão.
Apesar dos acordos firmados entre o TSE e as big techs – grandes empresas de tecnologia – que estabelecem que as empresas devem cumprir suas políticas a fim de dar mais segurança à eleição, essas empresas ainda apresentam dificuldades no enfrentamento de notícias falsas,na checagem de conteúdos das plataformas, agilidade para processar denúncias e na transparência para combater a desinformação. É o que indica um relatório feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).