A oposição venezuelana denunciou, na noite de quinta-feira (8), o sequestro de Williams Dávila Barrios, ex-governador e ex-deputado do estado de Mérida. Segundo o partido Ação Democrática, Dávila foi levado por homens armados sem identificação policial ou militar nas proximidades da praça Los Palos Grandes, em Caracas, após uma vigília em apoio aos presos políticos do país.
A Plataforma Unitária Democrática, aliança política de oposição, também se manifestou, exigindo a libertação imediata de Dávila e denunciando a crescente repressão. O partido afirmou não ter informações sobre o paradeiro do ex-governador e criticou a escalada de perseguições no país.
A situação de outros opositores também é preocupante. Américo De Grazia, outro ex-deputado, foi detido sem explicações e sua filha informou que ele está no Helicoide, sede do Serviço de Inteligência, após mais de 24 horas sem notícias. Além disso, a advogada María Oropeza, chefe regional da campanha da oposição, foi detida na terça-feira (6) em Guanare, e filmou sua própria prisão por agentes da DGCIM.
Esses acontecimentos ocorrem em meio a um contexto de crescente repressão após a reeleição contestada de Nicolás Maduro. Segundo ONGs, os protestos contra a eleição deixaram mais de 2.200 detidos e cerca de 24 mortos. A oposição e organizações internacionais alegam fraude nas eleições, e países como Brasil, México e Colômbia exigem a divulgação das atas eleitorais. A iniciativa de Maduro de buscar referendar a eleição no Tribunal Supremo, controlado pelo regime, também foi rejeitada por esses países.
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