O estilista indonésio Arnold Putra é suspeito de ser o receptor de uma mão e três placentas destinadas enviadas de Manaus para Singapura, na Ásia. O caso é investigado pela Polícia Federal como tráfico internacional de órgãos humanos e o professor de anatomia concursado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Helder Bindá Pimenta, é suspeito de ter enviado o material.
De acordo com o delegado Igor de Souza Barros, que está à frente do caso, a Polícia Federal identificou que o homem é acostumado a receber encomendas desse tipo.
“Verificamos que esse destinatário já tinha indícios de recebimento de materiais humanos não só do Brasil, mas de outros lugares para fazer artesanato, adornos e peças”, explicou.
Arnold Putra tem mais de 65 mil seguidores e é famoso por participar de vários eventos de moda. Ele já esteve na Amazônia, conforme fotos das suas redes sociais do dia 18 de dezembro de 2016, o artista aparece entre índios da etnia yagua. Na ocasião, ele disse que estava no Vale do Javari, uma região do extremo oeste do Amazonas. No entanto, a comunidade indígena não está no Vale do Javari, mas sim próxima da fronteira entre a Colômbia e o Peru, perto do município amazonense de Tabatinga.
Em um viagem pelo Peru, Putra também disse que ganhou uma pata de onça em troca de relógios falsos que distribuiu entre os nativos.
Em 2020, Arnold apresentou uma bolsa, que segundo ele, é feita com línguas de jacaré e uma espinha humana. A bolsa foi colocada a venda por U$ 5 mil doláres e a descrição do produto dizia que a espinha era uma coluna infantil.
Outra atitude estranha do designer é ele afirmar pele de albino e órgãos humanos plastinados, da mesma forma que teriam sido enviados os que saíram do Laboratório de Anatomia da UEA.
Ele já foi acusado de supostamente trocar partes de corpos humanos por produtos falsos com povos indígenas de Papua Nova Guiné, na Oceania.
Nas redes sociais dele, há inúmeras fotografias estranhas com animais mortos em um mercado local e uma, inclusive, dele comendo um morcego.
Em nota à imprensa, a UEA informou que abriu uma sindicância para a apuração do caso e decretou o afastamento cautelar por 30 (trinta) dias do docente que atuava na Escola Superior de Ciências de Saúde da Universidade.