O projeto “AnimaBaré” oferece, a partir do dia 22 de março, uma série de cursos gratuitos para artistas e professores amazonenses interessados em desenvolver novas habilidades na área do teatro de animação. O conteúdo será ministrado por profissionais locais e artistas da companhia de teatro mineira “Pigmalião Escultura que Mexe”. Para encerrar a programação, no dia 10 de abril, será exibido o mais novo espetáculo do grupo chamado “Brasil: Versão Brasileira”.
Contemplada com a Lei Aldir Blanc, através do Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, a iniciativa “AnimaBaré” irá realizar quatro oficinas gratuitas e online entre os dias 22 de março e 10 de abril. São elas:
– Oficina de Iluminação para Bonecos com Marina Arthuzzi (de 24 a 31 de março, às quartas das 19h às 21h)
– Oficina de Construção com Eduardo Felix e Mauro Carvalho (de 22/03 a 01/04, às segundas, terças e quintas das 19h às 21h)
– Oficina de Manipulação de Bonecos com Liz Schrickte e Aurora Majnoni (de 26 a 28 março, das 19h às 21h na sexta-feira e das 15h às 18h no sábado e no domingo)
– Oficina de Técnica Vocal com Jaqueline Ferreira (nos dias 06 e 08 de março, das 15h às 18h)
Para a conclusão da oficina, cada participante deverá produzir um vídeo de 20 a 40 segundos respondendo a seguinte pergunta: ‘O que a Amazônia representa pra você?’. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no link disponível no Instagram @incenacentrodeartes ou através do whatsapp (92) 98414-4373.
“A proposta do projeto é fomentar e fortalecer a arte do Teatro de Animação no Amazonas, colocando-se como mediador entre profissionais da área e artistas,” em seus mais variados níveis de experiência artística”, explica a coordenadora do AnimaBaré, Brisa Ramos.
Encerrando a programação, o espetáculo “Brasil: Versão Brasileira” será exibido para o público em geral por meio da plataforma YouTube no canal da companhia “Pigmalião Escultura que Mexe”, no dia 10 de abril. O grupo é um coletivo de artistas que encontrou no teatro de bonecos o veículo ideal para desenvolver trabalhos no limite entre as Artes Cênicas e as Artes Plásticas.
O espetáculo – A obra se apresenta como um documentário fantástico que registra os delírios de um diretor marionete ao tentar criar uma obra que retrate o Brasil. No processo, ele se debruça sobre a observação de clichês atribuídos ao país que, por vezes, se tornam realidade, e sofre com a inversão de suas expectativas diante do projeto, desencadeada por um motim dos atores/manipuladores, registrado pela dramaturga Marina Viana. A conclusão: tentar elaborar qualquer definição de Brasil é como uma serpente que devora a própria cauda.
Estreada como “Brésil” em Reims, na França, a obra foi reestruturada para a sua “Versão brasileira”, porém nos dois casos o grupo precisou se recolher para uma auto-análise, onde foram discutidas as relações internas e externas, bem como o papel que pode ter uma trupe de teatro de bonecos dentro da sociedade, tentando entender como também usufruem das mazelas que criticam. Numa inversão total das expectativas iniciais do processo, o diretor do grupo Eduardo Felix, que havia proposto o tema, acabou se tornando uma marionete, personagem central da trama, colocando em cheque suas próprias convicções e a visão que ele tem de si mesmo e do país a partir dos julgamentos dos outros integrantes do grupo.