A obesidade é identificada pelo excesso de peso e pode ser resultado de diversos fatores, sendo eles genéticos, ambientais ou comportamentais. No Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil, celebrado nesta quarta-feira (03/06), a endocrinologista pediatra do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Afrânio Soares, Liana Peres Marinho, alerta para o combate ao distúrbio.
“É um problema de saúde pública grave, pois a obesidade está relacionada a diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, respiratórias, ortopédicas, e muitas outras. Além disso, há relação com transtornos psicológicos, como depressão, isolamento social e baixa autoestima”, conta a médica especialista, ressaltando que algumas dessas doenças estimulam o desenvolvimento da forma grave da Covid-19.
De acordo com Liana Marinho, má alimentação, somada à mudança de hábitos da geração atual e genética, propiciam o desenvolvimento dessa condição. “As formas de prevenir e combater a obesidade infantil são principalmente educativas, partindo de uma mudança no padrão alimentar de toda a família, buscando uma alimentação saudável e equilibrada, bem como o estímulo à prática de atividades físicas diariamente, sob a forma de brincadeiras e exercícios”, explicou a médica.
Exercícios – Um dos pontos importantes, segundo a especialista, é o combate ao sedentarismo por meio da prática de esportes, exercícios e brincadeiras que estimulem as crianças. Assim como resgatar atividades físicas, principalmente ao ar livre, na intenção de raptar o tempo que a maioria das crianças atualmente passa em frente às telas.
É essencial que a criança entenda essas atividades como um momento de lazer e descontração com amigos e família. O ideal é que ela mesma escolha a atividade de sua preferência, e que seus responsáveis respeitem seus interesses e estimulem sua prática, incentivando e motivando a criança a continuar.
Alimentação – Mesmo que seja algo prático, a escolha de alimentos processados para a dieta dos pequenos não é a mais correta, conforme a médica especialista. Ela esclarece que os processados são aqueles alimentos com a adição de sal, açúcar ou outros ingredientes para tornar o alimento mais durável, gostoso e atraente; os ultraprocessados, por sua vez, são formulações industriais que possuem pouco ou nenhum alimento inteiro, como o caso das salsichas, biscoitos, sorvetes, misturas para bolo, refrigerante e muitos outros.
Optar por refeições preparadas em casa e feitas com alimentos naturais ou minimamente processados é o ideal. Se possível, aumentar a variedade dos alimentos também é uma ação importante, e ajuda a evitar que a criança enjoe da dieta. “É fundamental que a família toda estabeleça uma rotina saudável. Se não houver uma mudança de comportamento de todas as pessoas envolvidas com a criança o tratamento se torna extremamente difícil”, complementou Liana.