“Eu implorei para a polícia não atirar no meu filho, que havia corrido quando avistou a presença de membros de uma facção criminosa. Mas os policiais não me ouviram e mataram o meu filho”. Essas são as palavras de Rosimar Silva de Araújo, de 45 anos, mãe de Uellington do Nascimento da Silva Júnior, de 14 anos.
O adolescente é uma das pessoas mortas em confronto com policiais militares da Rocam e Força Tática, na madrugada da última quarta-feira (30), no bairro Crespo, Zona Sul de Manaus.
Emocionada, Rosimar Silva de Araújo, de 45 anos, afirmou que o filho não era traficante de drogas e que foi morto pela polícia após fugir por medo da ação de integrantes da facção criminosa Família do Norte (FDN).
“Quando os membros da facção criminosa entraram no local, alguém avisou que a polícia estava também entrando. Na correria, o meu filho já tinha fugido por medo dos criminosos. Os policiais começaram a atirar nas pessoas. Eu cheguei a falar para um policial não matar o meu filho, mas ele me ignorou. Desde as 21h até às 4h da madrugada implorei para a polícia não atirar no meu filho. Hoje não tenho o meu filho. Ele era usuário de drogas sim, mas não era traficante de drogas”, lamentou.
Rosimar descreve que após 15 minutos da presença dos membros da FDN no local, a polícia entrou atirando. A mulher declarou, ainda, que ela e o filho, além de uma adolescente de 16 anos, já estavam com passagens compradas para Porto Velho, no Estado de Rondônia, onde pretendiam recomeçar a vida na cidade de origem.