Representantes de empresas e de segmentos do Polo Industrial de Manaus (PIM), Comércio, Serviços e Agropecuária participaram, nesta sexta-feira (07/02), realizado no auditório Auriovaldo Fontes, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), de uma reunião com o setor de Saúde do Estado e do Município para receber orientação sobre a prevenção ao novo coronavírus.
No evento, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) apresentou o panorama do novo vírus no mundo e no Brasil, e as recomendações sobre a entrada e a saída de estrangeiros com base em protocolos internacionais e nacionais.
O secretário de Estado de Saúde, Rodrigo Tobias, disse que é legítima a preocupação dos segmentos industriais e comerciais com relação às consequências para a economia de uma epidemia ou pandemia, mas ressaltou que, no momento, não há casos confirmados de coronavírus no Brasil.
“O nosso sistema de saúde está preparado para atender casos suspeitos e/ou confirmados. Não há motivo para o caos, e precisamos nos preocupar não apenas com o coronavírus, mas com outros vírus que provocam síndromes gripais graves e que estão circulando no estado, devido ao período sazonal”, disse.
Para o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Jório Veiga, a ação conjunta de órgãos do Governo envolvendo a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), FVS, Sedecti e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), para esclarecimento acerca do coronavírus junto ao setor privado é estratégica, do ponto de vista da prevenção, tendo em vista que grande parte das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) mantém operações com países asiáticos, sobretudo China e Japão.
“Informações técnicas são necessárias para que todos, na verdade, tenham a proteção necessária, sem pânico, mas com atenção e um protocolo único de ação”, afirmou o secretário.
O secretário também destacou a importância das campanhas nas áreas de fronteiras. “Há um fluxo intenso de asiáticos na cidade de Lethem, na fronteira entre Guiana com Boa Vista, com trânsito de caravanas que partem do Amazonas, então é necessária uma atenção com a monitoração, mas nossa rede de saúde felizmente está muito bem preparada para atuar nesses casos”.
Orientações – A diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto, reconheceu que os casos de epidemias e pandemias devem ser uma preocupação, e também ressaltou que, no momento, a fala a ser repassada é de tranquilidade e de orientação.
“Primeiro, por não termos ainda casos de coronavírus confirmados no Brasil, e também porque o sistema de saúde do país está preparado”, disse ela, que também fez um alerta para que se evite a xenofobia em relação a chineses e asiáticos.
“Temos uma parceria grande com a China e com países asiáticos, onde está o epicentro da epidemia, e não queremos prejuízos para a indústria e comércio”, disse, alertando que a boa informação é a melhor arma para lidar com situações como essas.
Entre as orientações repassadas estão as recomendações sobre o fluxo de executivos e trabalhadores das empresas asiáticas que precisam viajar para intercâmbio de reuniões ou capacitação.
“Há uma preocupação com a entrada do vírus, porque ele tem um período de incubação de 5,2 dias, e são recomendadas duas semanas de quarentena para quem foi exposto. A recomendação é que tudo o que puder ser feito aqui seja feito aqui, com o uso das tecnologias de comunicação a distância, ou então que seja adiado, caso tenha que ser uma reunião presencial”.
A boa informação, segundo ela, é a melhor forma de prevenir. Nesse sentido, orientou as fábricas a providenciarem material educativo com informações corretas em relação aos cuidados com as síndromes gripais; que orientem os colaboradores a evitar a propagação de fake news (notícias falsas) e que ofertem álcool em gel, bem como mantenham os trabalhadores que adoecerem de gripe em casa. Também foram repassadas informações sobre como deve ser o fluxo de casos suspeitos nas fábricas.
Tanto a FVS quanto a Semsa se colocaram à disposição para palestras e para tirar dúvidas das empresas em relação ao novo coronavírus e síndromes gripais.