Dos 55 detentos mortos em presídios de Manaus no final de maio, 22 eram presos provisórios, ou seja, ainda aguardavam uma sentença judicial para seus casos, segundo dados da SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária).
Em 26 de maio, 15 detentos foram mortos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), sob ordens da liderança da facção criminosa FDN (Família do Norte). No dia seguinte, outros 40 foram mortos no próprio Compaj e em mais três unidades prisionais na capital amazonense.
Os presos provisórios que foram mortos tinham idades entre 21 e 34 anos. Dos 22 detentos assassinados ainda sem condenação, doze eram suspeitos de ligação com tráfico de drogas.
Segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mais da metade dos presos no Amazonas são provisórios: 4.502, ou 57,5% dos 7.950 detentos no estado. Em todo o país, são mais de 246,2 mil presos provisórios.
As visitas e entregas de itens de uso pessoal estão suspensas nas quatro penitenciárias em que foram registrados assassinatos. Após as mortes do final de maio, o governo do Amazonas transferiu 26 suspeitos de terem ordenado o massacre. Eles foram encaminhados para presídios federais.
O ministério da Justiça também encaminhou agentes da FTIP (Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária), que passaram a atuar na segurança das prisões. O ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou que a PF investigue as mortes nas penitenciárias.