O delegado titular do 24º Distrito Integrado de Polícia, Marcelo Martins de Almeida, pediu a prisão preventiva do empresário Antônio Ildemar Coutinho e indiciamento pela tentativa do duplo homicídio qualificado contra a sócia dele e o funcionário dela. Eles mantinham sociedade em uma empresa de serviços funerários.
As duas vítimas foram baleadas por Antônio Ildemar no último dia 19 de julho, em frente a uma funerária localizada na rua Major Gabriel, bairro Praça 14 de Janeiro. Elas foram até o local para acompanhar o cumprimento de um mandado de busca e apreensão de um veículo, modelo Nissan Pathfinder SE25, alvo de disputa judicial de divisão de bens provenientes da sociedade.
O pedido de prisão foi feito pelo delegado Marcelo Martins no último dia 18 de agosto e aguarda manifestação do Ministério Público do Amazonas para ser apreciado pelo juiz. De acordo com o advogado de defesa das vítimas, Dr. Marcelo Amil, primeiramente o processo foi enviado a um promotor da 90ª Promotoria de Justiça de Manaus, mas o próprio MPAM pediu a redistribuição para uma Vara do Tribunal do Júri.
“O Ministério Público entendeu a gravidade do caso, já que tratar-se de crime doloso contra a vida, e pediu essa redistribuição do processo. O delegado do 24º DIP fez toda a investigação e entendeu que a alegação de legítima defesa dada pelo acusado em depoimento não tem fundamento e, portanto, pediu a sua prisão preventiva. Nós vamos buscar por Justiça pelas vítimas, que poderiam não estar mais aqui para contar essa história. Ninguém pode se achar acima da Lei”, ressaltou o advogado.
Tese de legítima defesa derrubada
Em seu depoimento à polícia, Antônio Idelmar disse que atirou contra os dois porque temia uma suposta represália. Chegou a dizer ainda que o funcionário da sócia estava armado no momento do ocorrido, afirmação que foi derrubada pela equipe de investigação.
“Todavia, por evidências óbvias tais alegações não encontram arrimo lógico, eis que se alguma das vítimas estivesse portando arma de fogo no momento do crime, certamente iria retaliar efetuando disparos contra o acusado, o que não ocorreu no caso concreto. Ademais, testemunha presencial, flagrou o momento em que o acusado saltou de seu veículo com a arma empunhada, ao que efetuou disparos em momento imediato, fustigando eventual alegação de legítima defesa”, destacou Marcelo Martins no relatório emitido à Justiça.
Relembre o caso
Assim que foi avisada sobre o mandado de busca e apreensão, a empresária foi até a funerária junto com o funcionário, onde encontraram o Oficial de Justiça. Ela telefonou para o autor assim que chegou à funerária e, de forma cordial, avisou sobre o cumprimento do mandado.
Mesmo com a abordagem amistosa, Antônio Ildemar se negou a entregar o veículo e agiu com aspereza e grosseria. Após perceber os ânimos alterados por parte do empresário e seus familiares, o oficial de Justiça decidiu sair do local por não se sentir seguro e informou que voltaria no dia seguinte, com apoio policial, para cumprir a decisão judicial.
As duas vítimas saíram do estabelecimento comercial e permaneceram do outro lado da rua conversando com duas pessoas conhecidas, que passaram pelo local no momento em que se dirigiam até o carro estacionado em uma antiga concessionária. Sem imaginar que algo ruim pudesse acontecer, elas permaneceram alguns minutos no local até que foram surpreendidas pelo acusado – que saiu de um carro preto e já foi atirando na direção delas, numa clara tentativa de homicídio. A empresária foi baleada na coxa esquerda e o funcionário foi atingido no braço e no peito.