Na noite de segunda-feira, 22, o delegado Ericson Tavares, suspeito de extorsão, se entregou na sede da Delegacia Geral (DG), localizada no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus. Tavares, que está na carceragem da Polícia Civil, teve a prisão decretada pela Justiça após um pedido feito pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) na semana passada. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou a detenção do delegado.
O pedido de prisão foi motivado por um vídeo publicado por Tavares nas redes sociais, onde ele aparece fazendo gestos obscenos e proferindo “palavrões”. O vídeo foi visto como um ato de escárnio ao Poder Judiciário e gerou indignação entre os agentes públicos e a sociedade.
Tavares estava em liberdade desde o mês passado, após a Justiça ter ordenado sua soltura juntamente com três policiais civis, todos suspeitos de extorsão. No entanto, a publicação do vídeo levou o MPAM a solicitar novamente a prisão do delegado. Segundo o órgão, a conduta de Tavares representa um risco para a sociedade e a ordem pública.
De acordo com o MPAM, Tavares possui poder de influência devido ao seu cargo de delegado da Polícia Civil e faz parte de uma “associação criminosa”. A permanência dele em liberdade foi vista como uma ameaça às vítimas e aos agentes envolvidos na investigação.
“Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância, somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão do ora Paciente, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação”, alegou o MP.
O delegado foi encaminhado para audiência de custódia na manhã desta terça-feira (23).
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