A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu com veemência à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado. Em nota divulgada na noite desta terça-feira, 18, os advogados do ex-presidente classificaram a acusação como “absurda” e afirmaram que não há evidências concretas que sustentem as alegações.
A defesa de Bolsonaro destacou que, mesmo após análises de seus aparelhos telefônicos e a prisão de aliados próximos, não foram encontradas provas que o vinculassem ao suposto plano. “Não há qualquer mensagem do Presidente da República que justifique essa denúncia, apesar de uma devassa completa feita em seus telefones pessoais”, afirmaram os advogados.
A denúncia, apresentada pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, acusa Bolsonaro e mais 33 pessoas de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo a PGR, o grupo era comandado por Bolsonaro e contava com forte influência de setores militares, atuando de forma hierárquica para manter o ex-presidente no poder ou reconduzi-lo à força.
A defesa de Bolsonaro argumenta que a acusação se baseia exclusivamente em uma delação premiada, cujas versões teriam sido alteradas diversas vezes pelo delator. “A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade”, diz a nota.
Os advogados também apontam contradições e lacunas na denúncia, afirmando que Bolsonaro nunca apoiou qualquer tentativa de ruptura democrática. “O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”, destacaram.
O caso será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e posteriormente pelo colegiado da Corte, que decidirá se Bolsonaro se tornará réu. A PGR dividiu os envolvidos em quatro núcleos: Político, Gerenciamento de ações, Operacional e Desinformação. Entre os crimes apontados estão golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens tombados.
A defesa de Bolsonaro expressou confiança na Justiça e afirmou acreditar que a denúncia não prevalecerá por sua “precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário”. O ex-presidente aguarda agora os próximos desdobramentos do processo, que promete gerar intenso debate político e jurídico nos próximos meses.
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