O Amazonas e outros estados da região Norte estão enfrentando uma crise de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com níveis de incidência que variam entre alerta e risco, conforme aponta o boletim semanal InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (7) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O relatório, que traz dados até o dia 1º de março, revela que, das 11 unidades da Federação que compõem as regiões Norte e Centro-Oeste, oito estão em situação preocupante, com destaque para o Amazonas, que se encontra em nível de alerta.
A SRAG é uma complicação respiratória grave que causa dificuldade para respirar, sensação de peso no peito, queda na saturação de oxigênio e outros sintomas que exigem hospitalização. No Amazonas, a situação é crítica, com um aumento significativo de casos nas últimas semanas. Além do estado, outras localidades também estão em situação de risco ou alerta:
- Risco: Roraima, Pará, Goiás, Tocantins e Distrito Federal.
- Alerta: Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Sergipe (único estado fora das regiões Norte e Centro-Oeste).
Quem é mais vulnerável?
O boletim da Fiocruz destaca um aumento preocupante de casos de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos. Segundo a pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, a volta às aulas é um dos principais motivos para esse crescimento. “É um padrão que a gente vem observando nos últimos anos. Nas escolas, as crianças acabam tendo maior contato umas com as outras e ficam mais tempo em ambientes fechados, o que favorece a transmissão desses vírus respiratórios”, explica.
Em crianças de até 2 anos, os casos estão associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), que pode levar a quadros graves como bronquiolite. Já na faixa etária de 2 a 14 anos, o rinovírus é o principal causador das infecções. A pesquisadora alerta que o VSR tem sido especialmente preocupante no Distrito Federal e em Goiás, onde já se observa o início da temporada do vírus.
Dados nacionais em 2025
Em 2025, o país registrou 16 mil casos de SRAG, sendo que 34,3% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Os principais vírus identificados foram:
- Sars-CoV-2 (causador da covid-19): 46,2%
- Rinovírus: 23,6%
- VSR: 15%
- Influenza A: 6,1%
- Influenza B: 2,5%
Em relação às mortes, foram 1.338 registros por SRAG, com 47,5% dos casos confirmados para vírus respiratórios. O Sars-CoV-2 foi responsável por 81% dessas mortes.
Diante do cenário preocupante, a pesquisadora Tatiana Portella reforça a importância de medidas preventivas, especialmente no período pós-Carnaval, quando há maior circulação de vírus. “Pessoas que apresentem sintomas de gripe e resfriado devem ficar em casa em isolamento. Se precisar sair, use uma boa máscara. Também é importante evitar visitar crianças pequenas sem uso de máscara, já que esse grupo é mais vulnerável”, orienta.
Outra recomendação crucial é manter o esquema vacinal completo contra a covid-19, que está disponível gratuitamente nas unidades de saúde de todo o país. A vacina pode ser aplicada em crianças a partir de 6 meses de vida, oferecendo proteção contra formas graves da doença.
O que fazer em caso de sintomas?
- Isolamento: Pessoas com sintomas respiratórios devem evitar contato social.
- Máscaras: Usar máscaras de qualidade ao sair de casa.
- Vacinação: Manter a carteira de vacinação em dia, especialmente contra a covid-19.
- Atenção a Crianças: Evitar visitas a bebês e crianças pequenas sem proteção adequada.
Comentários sobre este post