Desde o início da pandemia, 2.085 indígenas que vivem em aldeias já foram contaminados com o novo coronavírus. Oitenta e dois morreram por causa da doença. Outros 466 casos suspeitos estão em investigação e 1.747 tiveram a contaminação descartada.
Quando se analisa as aldeias, os números mostram que 8,5% delas, ou seja 500 das mais de 5,8 mil aldeias que existem no Brasil, têm casos da Covid-19. 21% dos casos, ou seja, mais de 400, foram registrados em indígenas que vivem no Alto Rio Solimões, que fica no Amazonas.
E essa é a maior preocupação do Ministério da Saúde, segundo o secretário especial de Atenção Indígena, Robson Santos, que falou em entrevista coletiva nessa terça (9), no Palácio do Planalto. Preocupa também a região do Alto do Rio Negro e do Vale do Javari, ainda no Amazonas. Aliás, o Vale do Javari é a localidade que concentra a maior população de indígenas isolados do mundo.
A avaliação do Ministério da Saúde é a de que os casos para essa parcela da população ficaram controlados em abril, mas aumentaram em maio. Oitenta por cento deles ocorreram em adultos e mais da metade dessas, 60%, entre indígenas idosos.
Nessa coletiva, o secretário de saúde indígena falou, ainda, da destinação de material e de recursos para o pessoal da saúde que acompanha a situação nas aldeias. E lembrou que foram implantadas duas alas indígenas em hospitais de Manaus e de Macapá e estruturas semelhantes estão sendo implementadas em outras localidades como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima.
*EBC