A Prefeitura de Manaus deu início na terça-feira (14), ao processo de desmobilização gradativa de 172 indígenas venezuelanos da etnia warao para um novo abrigo localizado em um sítio no bairro Tarumã- Açu, zona Oeste. Nesse primeiro momento, as 35 famílias transferidas foram as que estavam abrigadas nos dois espaços de acolhimento provisório no bairro da Compensa e no bairro do São Jorge, ambos também na zona Oeste.
A mudança faz parte do plano de desmobilização gradativa do período emergencial da pandemia de Covid-19, coordenado pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), onde cinco espaços de acolhimento provisórios e uma área de isolamento para indígenas warao foram implantados como medida emergencial, no intuito de conter o avanço da doença na população vulnerável de refugiados. Serão dois novos espaços localizados no mesmo bairro do Tarumã-Açu, para atender os indígenas venezuelanos.
“Essa ação mostra como a gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto é transparente e eficaz. Agradecemos ainda a presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko, pelo suporte dado para que possamos dar oportunidades a essas pessoas que vieram de outro país e aqui nesse espaço terão uma estrutura adequada para moradia”, disse a titular da Semasc, Suzy Zózimo.
O abrigo tem uma área de seis mil metros quadrados e contará com três redários, 22 banheiros, refeitório para 120 pessoas sentadas, quadra de esporte, cisterna de 200 mil litros para abastecimento, salão de reunião para 200 pessoas sentadas e prédio com área administrativa – sala de escuta qualificada, atendimento psicossocial, sala de coordenação, sala de reunião e sala compartilhada entre os parceiros. O espaço está localizado em uma área verde com local para organização comunitária das mulheres waraos artesãs.
A ação contou com apoio de agências das Nações Unidas, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur); a Organização Internacional para Migrações (OIM); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); e o Fundo de Populações das Nações Unidas (Unfpa). Apoiaram, também, instituições da sociedade civil, como o Instituto Mana, ADRA e Aldeias Infantis SOS.
“Dentro desse contexto de deslocamento e pandemia de Covid-19, a Acnur tem trabalhado para assegurar que todos os refugiados possam ter o acolhimento adequado. Além de proporcionar condições adequadas de abrigamento para a população indígena, o novo abrigo contribui para o resgate da coletividade e valorização da cultura warao, por meio de espaços amplos e do contato com a biodiversidade da região”, explica a assistente sênior de proteção da Acnur, Juliana Serra.
O espaço terá acompanhamento por meio de equipe multidisciplinar com apoio de agências da ONU e parceiros implementadores. O indígena integrante do comitê interno de saúde, Marcelino Moraleda, 34, se mostrou satisfeito com o novo espaço. “Estamos vindo para um lugar para se conviver com a família. Agradecemos a Semasc e a todas as organizações que estão nos apoiando com saúde, alimentação, educação e estamos orgulhosos com este novo abrigo que tem excelente estrutura”, contou.
Até o final do mês será realizada uma nova ação de desmobilização gradativa, visando respeitar as recomendações do Ministério da Cidadania (MC) quanto a esse processo, garantindo os direitos sociais e reduzindo os riscos de contágio pelo novo coronavírus.