RIO — O velório de Bibi Ferreira acontece na manhã desta quinta-feira, no Teatro Municipal, no Centro do Rio. Considerada a maior diva do teatro musical brasileiro, a atriz e cantora morreu na tarde desta quarta-feira, aos 96 anos, após sofrer uma parada cardíaca. O corpo chegou ao Teatro Municipal às 9h da manhã e foi recebido por amigos e parentes de Bibi. Também estão presentes personalidades como as atrizes Sandra Pêra e Françoise Forton.
O velório vai até às 15h. O caixão permancerá fechado, a pedido de Bibi. Após a cerimônia, o corpo de Bibi será cremado, em cerimônia apenas para familiares.
— Ela vai continuar no coração das pessoas, do público. Eu vejo as pessoas chegando, emocionadas, e falando coisas lindas. É emocionante ver um senhor dizer que “muita coisa em 50 anos vai terminar, mas sua mãe, não” — disse Tina Ferreira, filha única de Bibi.
Abigail Izquierdo Ferreira nasceu num tempo em que ser ator não era status social aceitável, sequer profissão regulamentada. Por ser filha da bailarina espanhola Aída Izquierdo e do ator Procópio Ferreira, um dos responsáveis pela profissionalização do ofício no país, viveu e contribuiu para a passagem do então subofício a profissão capaz de transformar artistas em divas.
Logo, Bibi se tornou uma delas. Ou melhor, a maior delas no teatro musical brasileiro. Atuou com firmeza até seus 96 anos, como um mito vivo, em atividade:
— Tenho consciência de tudo o que eu fiz, tudo — disse em entrevista ao GLOBO, em janeiro de 2018. — Embora tenha começado profissionalmente com meu pai, entre 18 e 19 anos, lembro de dançar no Municipal do Rio com 6 anos, de fazer o filme “Cidade mulher” (de Humberto Mauro) quando tinha 13, de ser ensaiada pelo Noel Rosa… Então, são quase 90 anos no palco. E continuo fazendo.