Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Contragolpe, desmantelando uma organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atacar o Poder Judiciário. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e outras medidas cautelares em quatro estados: Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Entre os presos estão militares de alta patente e um agente da própria PF. O nome mais destacado é o do coronel Hélio Ferreira Lima, ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus. Outros detidos incluem o general reformado e ex-ministro interino Mário Fernandes; o major Rafael Martins de Oliveira, apontado como financiador de manifestações contra a posse de Lula; o major Rodrigo Bezerra de Azevedo; e o policial federal Wladimir Matos Soares.
A investigação revelou que o grupo planejava um atentado para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a PF, o objetivo era desestabilizar o Estado democrático de direito e fomentar a insatisfação popular.
A maioria dos presos fazia parte de um grupo conhecido como “kids pretos”, militares de elite especializados em operações especiais e insurgência popular. Esses profissionais possuem treinamento avançado em sabotagem e mobilização estratégica de revoltas.
Entre as ações investigadas, destaca-se o financiamento de manifestações. O major Rafael Martins de Oliveira teria negociado o pagamento de R$ 100 mil com o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para mobilizar apoiadores em Brasília durante o período da transição presidencial.
Além das prisões, a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão e aplicou 15 medidas cautelares, incluindo a proibição de contato entre os investigados, suspensão de funções públicas e entrega imediata de passaportes, impedindo a saída do país.
O Exército Brasileiro, que deu suporte à operação, afirmou em nota que segue comprometido com a ordem constitucional e está colaborando integralmente com as autoridades. Apesar disso, o envolvimento de militares na tentativa de golpe levanta questionamentos sobre possíveis articulações internas para desestabilizar o regime democrático.
Comentários sobre este post