A Polícia Civil do Pará e a Diretoria de Inteligência do Amazonas culminou, nesta quarta-feira (22/01/2025), na prisão de Antônio Carlos Oliveira Rodrigues Filho, conhecido como “O Urso”. Apontado como conselheiro de uma facção criminosa atuante no Norte do país, ele era responsável pela autorização de execuções e planejamentos de mortes, incluindo alvos como agentes de segurança pública no Pará.
Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta (23) o Delegado Cicero Túlio disse o seguinte: “Conseguimos reunir informações que indicaram onde ele estava escondido aqui em Manaus. Esse indivíduo ocupa uma vaga como Conselheiro no Estado do Pará, sendo apontado como responsável por planejar e autorizar execuções contra agentes de segurança pública naquele estado. Além disso, ele também atua como um dos julgadores no tribunal do crime no Pará. Com essas informações, iniciamos as diligências e, na tarde de ontem, conseguimos localizá-lo durante uma campana.” A investigação teve início há cerca de três semanas, quando a Polícia Judiciária do Pará solicitou apoio do 1º DIP para localizar Antônio Carlos. O suspeito era procurado por envolvimento direto em, pelo menos, seis assassinatos no estado paraense, incluindo crimes relacionados à disputa territorial pelo tráfico de drogas.
Um dos episódios mais recentes e brutais atribuídos a “O Urso” ocorreu na região de Ananindeua, área metropolitana de Belém. Ele teria ordenado a execução de um proprietário de terras próximo ao rio Maguari para facilitar o controle do local e permitir o uso do rio como rota para a chegada de entorpecentes. Além disso, relatos indicam que o suspeito comandava a expulsão violenta de moradores da região, agindo em benefício da organização criminosa.
“Ele havia ordenado que moradores daquela região desocupassem o terreno para viabilizar as atividades relacionadas ao tráfico de drogas no local. Diante da recusa de um dos moradores em deixar a área, ele executou o senhor que resistiu. Em razão disso, foi solicitado e deferido um pedido de prisão preventiva pela Polícia Civil do Pará. Ele ocupa uma posição de destaque no conselho de uma das facções criminosas que atuam na região norte do país, sendo responsável por autorizar execuções de policiais civis, militares e outros agentes de segurança pública do Pará, além de planejar esses ataques. Diversos áudios circularam entre membros da organização criminosa, confirmando seu envolvimento nessas ações.” Disse o delegado.
A prisão de “O Urso” ocorreu no Conjunto Viver Melhor, no bairro Lago Azul, Zona Norte de Manaus. A ação foi resultado do cruzamento de informações levantadas na investigação que, dias antes, já havia levado à prisão de Blendow Sousa, conhecido como “O Contador”, braço direito de outro conselheiro da mesma facção criminosa. A relação entre os dois casos foi determinante para localizar o paradeiro de Antônio Carlos.
Áudios que circularam em redes sociais utilizadas pelos criminosos também reforçaram as acusações contra “O Urso”. Em um dos registros, ele aparece planejando a execução de um policial no Pará, sugerindo que criminosos se disfarçassem de vendedores ambulantes para monitorar a rotina do agente antes de realizar o ataque. Outros áudios mostram sua participação ativa nas chamadas “sessões do tribunal do crime”, realizadas por conferência, onde decidia punições para membros da facção que cometiam infrações internas.
Antônio Carlos Rodrigues Filho foi preso em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Tribunal do Júri de Ananindeua. Ele será apresentado em audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário para responder pelos crimes cometidos.
O caso segue em investigação, com o objetivo de identificar e desarticular outros membros do grupo criminoso.
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