Pelo menos quatro pessoas morreram em dois dias de protestos na Venezuela , dois deles menores de idade. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), que fez um balanço geral de 293 feridos por balas de borracha e gas lacrimogêneo desde a última terça-feira.
Os adolescentes são Yoifre Hernández Vásquez, de 14 anos, ferido por uma bala na quarta-feira durante uma manifestação em Altamira, ponto de concentração de opositores desde terça-feira; e Yosner Graterol, de 16 anos, baleado em um protesto em Victoria, no estado de Aragua, na segunda-feira.
Um dia antes, o OVCS já havia reportado duas vítimas fatais: Jurubith Rausseo García, de 27 anos, morta por impacto de disparo de arma de fogo durante uma manifestação em Altamira; e o jovem Samuel Enrique Méndez, de 24 anos, que morreu durante os protestos de segunda, no estado de Aragua.
O OVCS contabiliza a morte de 57 pessoas em 2019 em ações populares anti-Maduro.
Maduro madrugou nesta sexta-feira e surpreendeu os venezuelanos com uma mensagem transmitida em rede nacional a partir das 5h locais (6h no Brasil) do Forte Tiuna, principal quartel da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e sede do Ministério da Defesa. Dois dias depois de reprimir uma tentativa da oposição de depô-lo com oficiais rebeldes, Maduro, ao lado do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e acompanhado de mais 4.500 militares, marchou com soldados e reiterou apelos à lealdade das tropas.
Na madrugada de terça-feira, Guaidó anunciou ter apoio significativo de militares contra Maduro e lançou uma operação para retirá-lo do poder, o que não se confirmou. Um funcionário do governo americano disse que dirigentes chavistas que negociaram a deposição do líder bolivariano “desligaram os celulares” na hora da ação.
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