Especialistas em meteorologia destacam mudanças nas condições climáticas na região do Amazonas, com chuvas mais frequentes, mas preveem um “Inverno Amazônico” de intensidade fraca para este ano, influenciado pelo fenômeno El Niño.
O El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, está impactando o início das chuvas, de acordo com a climatologia local. A meteorologista Deydila Bonfim explica que esse fenômeno inibe a formação de nuvens robustas, resultando em chuvas reduzidas em grande parte da Amazônia Legal. Apesar disso, a expectativa é de um aumento gradual nas frequências e intensidades das chuvas, embora os volumes ainda sejam influenciados pelas condições oceânicas.
A retomada das chuvas marca o início do processo de cheia dos rios na região, sinalizando a transição entre as estações chuvosa e seca. O pesquisador em Geociências, André Santos, observa o aumento do volume dos rios, exceto em algumas regiões específicas, como o alto rio Negro, médio rio Negro e o rio Branco em Roraima, onde as mínimas são registradas entre fevereiro e abril.
Após uma seca histórica, a preocupação agora se volta para a magnitude da cheia. Santos esclarece que um evento de seca significativo não necessariamente antecipa uma grande cheia, desmistificando a crença popular. O El Niño continua a exercer influência, reduzindo a magnitude do evento de cheias.
Quanto ao pico da cheia em 2024, Santos destaca que previsões mais precisas serão possíveis após março, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgará o primeiro alerta de cheias. A população da região está sendo mantida informada para lidar com as mudanças climáticas e os impactos associados.
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